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Após organizar caravana de 26 Estados até Brasília, servidores da CGU (Controladoria Geral da União) marcham nesta quarta-feira (1º) para o Palácio do Planalto em protesto contra o rebaixamento do órgão.
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O presidente interino Michel Temer desvinculou a controladoria da Presidência da República e mudou seu nome para Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. Os servidores alegam que, com a mudança, eles deixaram de ter ascendência sobre os demais ministérios e, por isso, perderam força de fiscalização.
De acordo com a analista de finanças e controle da CGU Anjuli Tostes, uma das organizadoras dos protestos, a categoria realizará nesta quinta uma assembleia que poderá optar por elaborar uma lista tríplice a ser apresentada a Temer, para que ele escolha o novo chefe do órgão.
Tostes explica que a ideia da lista já era discutida pela categoria antes que o presidente interino escolhesse o advogado Torquato Jardim, o ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para o comando do Ministério da Transparência.
A analista critica a escolha de nomes com o aval do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de múltiplos inquéritos da Operação Lava Jato que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal).
"A nomeação de um ministro apaniguado de Renan Calheiros é sinal muito ruim, muito ruim do que está por traz desse plano, desse projeto de enfraquecimento de um órgão de controle", disse.
Na segunda, Fabiano Silveira, que ocupou brevemente o ministério, foi o segundo ministro de Temer a cair do cargo após a divulgação de gravações em que ele aparece criticando a Lava Jato.
Os servidores da CGU estão se mobilizando contra as mudanças no órgão desde antes da queda de Silveira.
"[A alteração] enfraquece o órgão porque nós precisamos ter autoridade para fiscalizar. A nossa vinculação à Presidência da República nos dá uma condição de ascendência com relação aos outros auditados, aos demais ministérios. Isso está de acordo com o princípio internacional de controle interno, que diz que o órgão deve estar vinculado ao dirigente máximo e acima dos demais órgãos dos demais departamentos fiscalizados", explicou.
"Isso [o rebaixamento] nos enfraquece, nos retira autoridade, nos retira a força e nós não queremos ter o nosso trabalho de combate à corrupção, de fiscalização e de transparência enfraquecido", concluiu. Com informações da Folhapress.