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A força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba investiga um pagamento de R$ 591 mil realizado por empresa do grupo Libra, doadora do PMDB, à mulher do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Cláudia Cruz.
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O pagamento foi detectado pelos investigadores nas contas da empresa C3 Produções Artísticas e Jornalísticas, de Cláudia. A Libra opera um terminal no porto de Santos, área de influência do PMDB e do presidente interino Michel Temer.
Os investigadores da Lava Jato fizeram perguntas a Cláudia sobre o pagamento e sobre os acionistas da empresa em depoimento prestado por ela em abril à força-tarefa.
Ela disse não se recordar do motivo do repasse. "Não se recorda a razão do pagamento de R$ 591.254,99 que a empresa C3 recebeu da Libra Terminal em abril de 2007", diz trecho do depoimento.
Sobre um dos acionistas, Gonçalo Torrealba, ela afirmou conhecer socialmente. Já a filha de Cunha, Danielle Dytz, afirmou que ele é "amigo" de seu pai. A empresa já foi beneficiada por Cunha no Congresso.
Uma emenda apresentada pelo deputado à medida provisória dos portos, em 2013, permitiu que a Libra aderisse a uma arbitragem para sanar sua dívida com a União, segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" publicada em janeiro.
Sobre a empresa, Claudia afirmou que a utiliza para exercer atividades remuneradas, como a de mestre de cerimônias, e que o preço dos eventos "variava muito".
Procurada na noite desta quarta-feira (1º), a assessoria do grupo Libra informou que não conseguiu obter informações sobre o pagamento à C3.