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O Instituto de Prevenção de Fernandópolis do Hospital de Câncer de Barretos será fechado em um mês. Na unidade, inaugurada em 2013 com capacidade para atender 200 pacientes por dia, são realizados exames preventivos de mama, próstata, pele e colo do útero.
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O anúncio do fechamento foi feito ontem (1°) pelo diretor-geral do hospital, Henrique Prata. O complexo de Barretos conta com oito unidades sendo três na cidade do interior de São Paulo, uma em Fernandópolis, uma em Juazeiro (BA), uma em Campo Grande (MS), uma em Jales (SP) e uma em Porto Velho (RO).
De acordo o hospital, desde que foi inaugurada, a unidade de Fernandópolis ainda não foi credenciada pelo governo estadual e por isso não está recebendo os recursos necessários para ser mantida. Atualmente há R$ 30 milhões em atraso no repasse de verbas e o hospital vem sendo mantido com doações que estão escassas, por isso o risco de fechamento.
A unidade de Jales também corre o risco de ser fechada, pois também não foi credenciada. Segundo Prata, o Hospital de Câncer de Barretos fechou o ano de 2015 com custo operacional de R$ 480 milhões, sendo que o Sistema Único de Saúde repassou R$ 207 milhões. O restante foi conseguido graças a doações de incentivo fiscal e pela sociedade que realiza eventos em prol da instituição, como leilões e shows.
Repasses
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo lamentou o que considerou serem “declarações inverídicas, uma vez que o governo paulista, mesmo mantendo 93 hospitais próprios, historicamente apoia a instituição filantrópica, repassando voluntariamente recursos extras de auxílio”.
Segundo a nota, a Fundação Pio XII, mantenedora do hospital, recebeu desde janeiro de 2013 cerca de R$ 700 milhões para realizar os atendimentos em suas unidades, incluindo a de Fernandópolis: "Desse total, R$ 178 milhões foram repassados pela pasta estadual de forma absolutamente voluntária, para ajudar a cobrir o subfinanciamento federal na área da saúde. Até o final deste ano serão outros R$ 36,5 milhões em repasses extras para a instituição, com recursos estaduais. Não há qualquer dívida com a entidade”.
O governo estadual disse ainda que o credenciamento de serviços oncológicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é de responsabilidade do Ministério da Saúde. “Como sabe bem o presidente da Fundação Pio XII, o Estado cumpriu o seu papel e aprovou a habilitação tanto dos serviços de Fernandópolis quanto de Jales. Infelizmente o governo federal não teve a mesma rapidez. O credenciamento de serviços oncológicos pelo SUS cabe ao Ministério da Saúde, mediante de aumento de teto financeiro”.
De acordo com a nota, o pedido de habilitação da unidade ambulatorial de diagnósticos de Fernandópolis, ligada à Fundação Pio XII, foi aprovado em comissão bipartite (que reúne estado e municípios) em 17 março de 2015, e encaminhado ao órgão federal, que até o momento não deu resposta.