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A mulher do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, virou ré na operação Lava-Jato, na tarde desta quinta-feira (9). Cláudia Cruz se favoreceu de valores de uma propina superior a US$ 5 milhões que Eduardo Cunha teria recebido “por viabilizar a aquisição de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobrás”.
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De acordo com a reportagem do jornal O Globo, além de Cláudia, também viraram réus Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, João Augusto Rezende Henriques, apontado como o operador de propina pela força-tarefa, e o ex-diretor a área intenacional da estatal, Jorge Luiz Zelada.
"Investigações apontaram que Cláudia tinha plena consciência dos crimes que praticava e é a única controladora da conta em nome da offshore Köpek, na Suíça, por meio da qual pagou despesas de cartão de crédito no exterior em montante superior a US$ 1 milhão num prazo de sete anos (2008 a 2014), valor totalmente incompatível com os salários e o patrimônio lícito de seu marido", diz a Procuradoria.Segundo os investigadores, quase todo o dinheiro da Köpek (99,7%) teve origem das contas Triumph SP, Netherton e Orion SP, que o Ministério Público atribui a Cunha, segundo a Folha de S. Paulo.
"As contas de Eduardo Cunha escondidas no exterior eram utilizadas para, em segredo a fim de garantir sua impunidade, receber e movimentar propinas, produtos de crimes contra a administração pública praticados pelo deputado", afirma a Procuradoria.
Ainda segundo os investigadores, Cláudia Cruz se beneficiou de de parte de valores de propina de cerca de US$ 1,5 milhão que Cunha teria recebido para viabilizar a compra, pela Petrobras, de 50% de um bloco 4 para exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011.Cláudia Cruz fez compras de luxo no exterior com cartão de crédito vinculado à conta em nome da offshore.
"Outra parte dos recursos foi destinada para despesas pessoais diversas da família de Cunha, entre elas o pagamento de empresas educacionais responsáveis pelos estudos dos filhos do deputado afastado, como a Malvern College (Inglaterra) e a IMG Academies LLP (Estados Unidos).
"A investigação aponta ainda que ela manteve depósitos não declarados superiores a US$ 100 mil entre os anos de 2009 e 2014, o que constituiria crime contra o sistema financeiro nacional.Moro também aceitou as denúncias contra o empresário português do ramo de petróleo Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, o lobista João Augusto Rezende Henriques, e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada.Na terça-feira (7), Cunha pediu novamente ao STJ (Supremo Tribunal Federal) para remover de Moro as investigações envolvendo a mulher dele, Cláudia Cruz, e à filha, Danielle.