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A Avenida Paulista, em São Paulo, é palco na noite de hoje (13) de uma homenagem às vítimas de um atirador solitário que matou 50 pessoas e feriu 53 na boate Pulse, voltada para o público LGBT em Orlando, estado da Flórida, nos Estados Unidos. Os números foram confirmados pela polícia local e o atirador, que também morreu, foi indentificado como Omar Mateen, 29 anos, norte-americano de origem muçulmana.
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Com velas e faixas, diversas pessoas fazem uma vigília pelos mortos do massacre em Orlando e lembram também todas as vítimas de homofobia pelo mundo. O ato, chamado de Vigília pelas Vítimas de LGBTfobia, foi convocado pelas redes sociais e começou por volta das 18h, ainda quando a avenida estava fechada para carros [aos domingos, a Avenida Paulista é aberta durante o dia apenas para pedestres e ciclistas]. Pouco depois, os manifestantes carregaram as velas e faixas para o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde o ato prosseguiu.
O estudante de psicologia Bruno Zaidan, 22 anos, militante do movimento Juntos LGBT, disse que o massacre em Orlando foi “claramente um ato LGBTfóbico. Ainda estão vendo a ligação com o Estado Islâmico, mas é claramente um ato LGBTfóbico, como vemos acontecer diariamente no Brasil, onde temos milhares de pessoas assassinadas por serem LGBT”.
Zaidan criticou ainda a nota do Itamaraty sobre o massacre: “A nota diz que isso é simplesmente um caso de terrorismo quando, na verdade, é um caso que reflete também, além de quaisquer motivações terroristas que estejam envolvidas, toda cultura LGBTfóbica onde estamos inseridos”, disse.
Maju Giorgi, 50 anos, do movimento Mães pela Diversidade, diz que outras mães estão presentes também ao ato para dizer “que nossos filhos não vão ser estatística”. “Estamos super consternadas porque poderia ser um de nossos filhos”, disse ela à reportagem.
“O Brasil é campeão mundial de assassinatos por violência homofóbica. A cada dia, no ano passado, 315 LGBTs foram mortos. Vamos nos emocionar por tudo, não só por um ato isolado e nos mobilizar por tudo porque aqui se matam quatro vezes mais, por ano, do que mataram ontem”, disse Maju. Com informações da Agência Brasil.