© REUTERS/Ruben Sprich
Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal argentino La Nación, Joseph Blatter afirmou ter sido "testemunha de sorteios" em competições organizadas pela Uefa que contaram com manipulação. Ao mesmo tempo, o ex-presidente da Fifa ressaltou que isso nunca ocorreu em sorteios de torneios organizados pela entidade máxima do futebol mundial durante a sua longa gestão no cargo.
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Na entrevista ao prestigiado diário argentino, o ex-dirigente suíço afirmou que é possível "sinalizar" as bolinhas que podem ser tiradas dos potes que trazem os nomes dos times em um sorteio, "esquentando-as ou esfriando-as", em suposto mecanismo que teria sido utilizado pela Uefa para armar possíveis confrontos ou determinações de equipes em grupos de uma competição.
"O sorteio da Fifa era limpo até o último detalhe. Eu jamais toquei nas bolinhas, coisa que outras pessoas faziam. É tecnicamente possível sinalizar (qual bolinha apanhar), esquentando-as ou esfriando-as. Não existe isso na Fifa, mas fui testemunha de sorteios em nível europeu nos quais isso ocorreu", afirmou Blatter ao La Nación.
Blatter presidiu a Fifa entre 1998 e 2015 e disse que "bolinhas eram colocadas antes dos sorteios em geladeiras" e que "a mera comparação entre umas e outras ao tocá-las já determinava as bolas frias e as quentes".
Suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa e investigado pelo órgão, assim como também pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o ex-dirigente acusado de atos de corrupção também afirmou ao diário argentino que a investigação "não vai encontrar violação de lei alguma, seja suíça ou lei penal", assim como garantiu ter a "consciência tranquila". Com informações do Estadão Conteúdo.