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O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta terça-feira (14) que a decisão da OMS (Organização Mundial de Saúde) de classificar o risco da transmissão do vírus da zika na Olimpíada como "muito baixo" ajudará a "confirmar" a vinda de turistas e atletas para o evento. "Acreditamos que vamos confirmar uma grande vinda de pessoas para a Olimpíada", disse.
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A declaração ocorre a OMS informar, após reunião entre especialistas que fazem parte do comitê de emergência da entidade, que os riscos de transmissão do zika na Olimpíada são os mesmos que ocorrem em países onde já há transmissão confirmada do vírus.
"Tínhamos pouquíssimas pessoas em dúvida sobre vir ou não. E com esse resultado isso estará pacificado."
O ministro, no entanto, admitiu que havia preocupação sobre uma eventual nova recomendação ou posicionamento da entidade. Em maio, cerca de 150 especialistas enviaram uma carta à OMS em que pedem que os jogos sejam adiados ou transferidos por conta do risco de transmissão do vírus da zika. Desde então, o governo tentava minimizar as críticas sobre a manutenção do evento.
"Queremos comemorar, porque havia certa preocupação relativamente a essa reunião", afirmou a jornalistas no fim da tarde desta terça, em Brasília.Segundo Barros, repelentes devem ser distribuídos a atletas pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). Após atraso, o Ministério da Saúde também finaliza a compra de repelentes para gestantes do Bolsa Família, diz. "O governo está pronto para tomar qualquer medida adicional que seja solicitada."
OMS
Após reunião do comitê de especialistas, a OMS manteve a avaliação de que o aumento de casos de microcefalia e outras doenças neurológicas, como a síndrome de Guillain-Barré, constituem emergência internacional em saúde pública.
Especialistas vinculados à entidade, no entanto, concordaram em incluir o vírus zika também como emergência, e não apenas suas complicações. A inclusão ocorre diante do avanço de estudos que vinculam o vírus como causa da microcefalia.
Para a OMS, apesar de eventos de massa reunirem um grande número de pessoas suscetíveis, os riscos individuais em países onde há transmissão de zika não mudam com ou sem a Olimpíada, e podem ser minimizados com medidas de prevenção. "Temos mais pessoas expostas, mas o risco é o mesmo", disse o coordenador do comitê, David Heymann. Na apresentação, ele lembrou que o período de inverno diminui a transmissão da doença, somado às medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti.
A organização manteve a recomendação de que mulheres grávidas sejam aconselhadas a não viajar para regiões onde há surto do vírus zika. Já aquelas cujo parceiro esteve em países onde há transmissão do zika devem se abster de terem relações sexuais, ou utilizar preservativo.Turistas também devem ser informados sobre potenciais riscos e medidas de prevenção contra o zika. Com informações da Folhapress.