Protesto contra reforma trabalhista reúne milhares em Paris

Quarenta pessoas ficaram feridas, e 58 foram retidas para prestar esclarecimentos

© REUTERS/Philippe Wojazer

Mundo Tumulto 14/06/16 POR Folhapress

Paris foi palco na terça-feira (14) da nona jornada de manifestações contra o projeto de lei trabalhista atualmente em discussão no Parlamento francês. A polícia estimou entre 75 mil e 80 mil o número de participantes do ato convocado por sete sindicatos do país. Os organizadores falaram em 1 milhão de pessoas.

PUB

Houve confronto entre grupos de manifestantes localizados nas alas iniciais do cortejo e policiais, que usaram jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo contra indivíduos encapuzados que depredaram agências bancárias, restaurantes, abrigos de ônibus, bancas de jornais e até um hospital.

Quarenta pessoas ficaram feridas, e 58 foram retidas para prestar esclarecimentos. Na véspera, a polícia anunciara ter proibido 130 pessoas de participar da marcha, em que era patente a diminuição na presença de jovens —o que a coincidência de data com o exame nacional de acesso à universidade pode ajudar a explicar.

A maior fonte de contestação ao projeto apresentado pelo governo do socialista François Hollande em fevereiro é o artigo que eleva o status dos acordos firmados por cada empresa com seus funcionários.

Esses tratos não estariam mais subordinados ao código geral do trabalho nem a acordos setoriais (por exemplo, dos fabricantes de componentes eletrônicos), como acontece hoje.

Os sindicatos dizem que a reversão de hierarquia faria com que, em empresas com baixos índices de sindicalização, os trabalhadores se tornassem reféns dos desígnios dos empregadores em matéria de duração da jornada, por exemplo. O governo sinalizou em mais de uma ocasião que o item não é negociável.

Outros pontos sensíveis do texto são a introdução da possibilidade de empresas médias e grandes demitirem funcionários após, respectivamente, três e quatro trimestres consecutivos de redução nas encomendas ou no faturamento; e a redução do teto para o adicional por hora extra (de até 50% atualmente para 10%).

SEM VOTO

Para fazer passar a proposta na Assembleia Nacional, o governo recorreu a um dispositivo constitucional que suspende a necessidade de votação no plenário. Oposição e sindicatos viram autoritarismo na manobra.

No Senado, onde o texto entrou em debate nesta semana, a maioria oposicionista já sinalizou que fará emendas como a supressão do teto da jornada semanal (de 35 horas, vigente há quase 20 anos). De lá, a matéria volta à Assembleia para nova análise.

A mobilização contra o projeto atingiu seu auge no fim de maio, quando greves em refinarias causaram desabastecimento agudo de combustíveis no país. Ferroviários e funcionários dos serviços de limpeza também cruzaram os braços durante vários dias.

Desde fevereiro, jovens promoveram ocupações em escolas e universidades para questionar a lei. Em algumas, o semestre foi cancelado. Essa faixa etária também responde pelo grosso dos participantes do Nuit Debout (noite em claro), movimento que tomou a icônica praça da República a partir de março com assembleias populares em clima de quermesse hippie.

Nos últimos dias, a articulação sindical tem dado sinais de perda de fôlego. As grandes centrais estariam dispostas a aceitar o projeto com emendas pontuais.Na manifestação de terça, entretanto, o discurso era outro. "Não há concessão possível. O texto representa uma reversão da civilização. Os dirigentes [sindicais] precisam convocar a greve geral. Não temos escolha", disse a conselheira educacional Cécile, que não quis dar o sobrenome.

"A luta é como um jogo de futebol. Enquanto não termina, ainda resta esperança", completou a atendente telefônica Sylvie Cinti. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

economia Dinheiro Há 7 Horas

Entenda o que muda no salário mínimo, no abono do PIS e no BPC

mundo Estados Unidos Há 7 Horas

Momento em que menino de 8 anos salva colega que engasgava viraliza

fama Patrick Swayze Há 21 Horas

Atriz relembra cena de sexo com Patrick Swayze: "Ele estava bêbado"

brasil Tragédia Há 8 Horas

Vereador gravou vídeo na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira pouco antes de desabamento

fama Mal de parkinson Há 22 Horas

Famosos que sofrem da doença de Parkinson

fama Emergência Médica Há 8 Horas

Gusttavo Lima permanece internado e sem previsão de alta, diz assessoria

brasil Tragédia Há 7 Horas

Mãe de dono da aeronave que caiu em Gramado morreu em acidente com avião da família há 14 anos

tech Aplicativo Há 7 Horas

WhatsApp abandona celulares Android antigos no dia 1 de janeiro

fama Condenados Há 15 Horas

Famosos que estão na prisão (alguns em prisão perpétua)

justica Minas Gerais Há 7 Horas

Motociclista tenta fugir de blitz e leva paulada de policiais; vídeo