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A maior parte das indústrias brasileiras é contra o reconhecimento da China como economia de mercado, afirmou hoje (16) o diretor de Politicas e Estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes. “Nesse momento, a maioria da indústria no Brasil é favorável ao não reconhecimento. Existem, no entanto, setores que têm uma posição contrária”, ressaltou, durante encontro da Câmara de Comércio Internacional.
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A China foi aceita como membro da Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001. Na época foi estabelecido um prazo até dezembro de 2016 para que o país adotasse regras internacionais para poder ser reconhecido como uma economia de mercado. Segundo a OMC, cada país deverá decidir se a China será tratada como economia aberta, o que dificulta a aplicação de medidas antidumping.
“Esse é um tema que está na agenda, não apenas do Brasil, mas de vários outros países. Nós tivemos uma reunião há 15 dias, na França, com as organizações empresariais do G20, e esse tema também foi colocado”, acrescentou Fernandes. Para ele, o Brasil deverá observar o posicionamento de outras nações antes de fechar uma posição. “Essa decisão que o Brasil vai tomar não será isolada, ele vai observar o que os outros países estarão adotando”, enfatizou.
Apesar dos avanços da China em áreas como relações trabalhistas e meio ambiente, Fernandes acredita que os incentivos governamentais a alguns setores da economia ainda representam uma vantagem competitiva irregular pelas regras do comércio internacional. “È importante perceber que a China mudou muito nos últimos 20, 30 anos. Os salários da região de Xangai são muito próximos dos que são pagos no Brasil.
Há mudanças importantes. A questão, que tem relação com o antidumping, que é o principal tema do reconhecimento da economia de mercado, não tem relação com a legislação trabalhista, nem a questão dos custos salariais ou ambientais, e mais dos subsídios governamentais às empresas”.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2015, as empresas chinesas venderam US$ 35,6 bilhões em produtos para o Brasil, enquanto as companhias brasileiras faturaram US$ 30, 7 bilhões com o comércio com os chineses.