É inverdade grave dizer que acabaremos com programas sociais, diz Temer

O presidente em exercício citou ainda a ideia de lançar um "cheque reforma", que vai dar até R$ 5 mil patrocinados pelo poder público aos beneficiários do Bolsa Família

© Agência Brasil

Política INTERINO 22/06/16 POR Estadao Conteudo

O presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), afirmou nesta quarta-feira, 22, em entrevista à rádio Jovem Pan de São Paulo que é "uma inverdade grave" dizer que seu governo vai acabar com os programas sociais implementados pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). "Nessa questão eu não fico só nas palavras, eu fico na ação", afirmou Temer, citando a criação de 75 mil vagas no Fies, anunciada na semana passada.

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Segundo Temer, enquanto houver pobreza extrema no País, será preciso manter programas como o Bolsa Família. "O Minha Casa Minha Vida, que também é um programa exitoso, nós vamos manter e já estamos providenciando o desenvolvimento", complementou.

O presidente em exercício citou ainda a ideia de lançar um "cheque reforma", que vai dar até R$ 5 mil patrocinados pelo poder público aos beneficiários do Bolsa Família. O projeto, ainda embrionário, entretanto, só deve ser lançado em 2017.

Durante a entrevista, o peemedebista também afirmou que o principal problema do País está na questão do emprego e que este é um importante direito dos brasileiros. "Estamos incentivando investimentos da iniciativa privada e incentivando os investimentos você incentiva o emprego, e isso é o melhor dos direitos sociais", afirmou.

"Uma das coisas mais desagradáveis é circular por aí desempregado. Não há essa coisa de eliminar direitos sociais, há um conjunto de medidas de ampliá-los, especialmente no tocante ao emprego", pontuou.

Venda de ativos

Temer afirmou, ainda, que com o acordo de renegociação de dívidas dos Estados houve "um respiro" para os cofres estaduais, mas outras medidas, como venda de ativos, podem vir.

Segundo ele, o governo está verificando a questão das privatizações "especialmente não só da União, mas também esperando dos Estados". "Porque não é possível que eles continuem na situação que eles estão", afirmou. "Nós demos agora, convenhamos, uma espécie de um respiro muito acentuado, mas uma das medidas talvez, vendas de ativos, para que os Estados se recuperem".

Na entrevista, Temer falou ainda de que o governo está estudando a questão de concessões e que elas têm que passar por um processo de muita adequação jurídica. "Muitas vezes, o Tribunal de Contas tem se oposto às medidas que o governo tomou no passado, então estamos tomando muito cuidado com isso. "Mas elas vão se processar o mais rápido possível", disse.

Temer comentou ainda que em relação às dívidas de alguns Estados com o BNDES por conta da Copa do Mundo estão faltando "apenas" estudos de natureza jurídica. "Esse assunto foi levantado na reunião de governadores e havia alguns impedimentos jurídicos", afirmou. Segundo ele, esses estudos estão avançados. "Essa solução federativa que nós demos é extremamente útil para os Estados".

O presidente disse também que o governo está tentando restabelecer "a confiança, pois (isso) gera esperança". Ele afirmou que estudou um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, mas deve tomar a medida somente após a conclusão do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

"Vamos esperar, mas vamos fazer e dizer como encontramos o País, porque não foi fácil", afirmou, ressaltando que, no curto prazo, é possível ter esperança de que os brasileiros se pacifiquem nas relações e que sua segunda esperança é melhorar a economia.

Cunha

O presidente em exercício disse na entrevista que tomará "muito cuidado" com qualquer interferência em assuntos da Câmara em relação a sucessão do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Solução é típica da Câmara dos Deputados, mas tenho pedido que haja uma única candidatura da base", afirmou.

Temer afirmou que tem dito que não é útil rachar a base nem para a Câmara nem para o governo. "Vamos trabalhar, quando indagados, nesta direção", completou. Para o presidente em exercício, a questão da sucessão de Cunha na Câmara deve ser solucionada com a maior rapidez.

Temer disse que os líderes da base aliada têm trabalhado por conta própria para aprovar as matérias e citou a lei das estatais como exemplo de empenho do Congresso. "Quero ver se sanciono hoje (a lei das estatais) para começar a nomear e, logo mais, a questão dos fundos de pensão, que é um projeto de lei moralizador."

Ministros

Questionado se receia perder mais ministros, depois do pedido de demissão de três membros de alto escalão que foram citados na Lava Jato, Temer afirmou que não. "Os que caíram, até porque pediram demissão, eles tinham um sentido de colaboração", afirmou.

Para Temer, é preciso tomar cuidado com o caráter condenatório das delações. "Nos últimos tempos se alguém é delatado já está condenado", afirmou. "Acho que não teremos mais problemas, e o importante é que isso não pode atrapalhar nem a governabilidade, nem a crença no País.

Venezuela

Na entrevista, Temer foi questionado sobre o que acha da situação da Venezuela. "A situação não é boa, estou dizendo o óbvio", afirmou. Segundo o presidente em exercício, ele determinou ao ministro de Relações Exteriores, José Serra, para que mande remédios ao país. "

A preocupação é muito grande. Espero que a Venezuela não recuse", disse. O país comandado por Nicolás Maduro passa por uma grave crise econômica e de abastecimento e apoia o governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Com informações do Estadão Conteúdo.

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