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Uma universidade particular da zona leste de São Paulo entregou diplomas falsificados para os seus estudantes.
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De acordo com a Folha de S. Paulo, a fraude foi descoberta por um grupo de ex-alunos da Faculdade Santa Izildinha, de São Mateus, ligada ao grupo Uniesp. Os estudantes já identificaram cerca de 50 documentos inválidos.
A publicação recorda que os diplomas de faculdades precisam ser registrados e validados em alguma universidade, segundo regulação do ensino superior. A Santa Izildinha pagaria para a USP R$ 90 pela chancela de cada diploma, que deve receber um carimbo e assinatura no verso.
No entanto, os alunos formados descobriram que os números de registro de seus documentos não constavam dos arquivos da Universidade de São Paulo. Além disso, a assinatura de um suposto diretor da instituição também foi falsificada.
A Folha destaca que o nome de Silvio Donizete Santos, que aparece nos documentos, se refere a um funcionário que já se desligou da faculdade, em 2013.
A faculdade informou que instaurou uma sindicância interna e que está colaborando com as autoridades na investigação.
Ainda de acordo com a reportagem, alunos de pelo menos quatro dos sete cursos da faculdade foram vítimas dos diplomas inválidos. "Encontramos diplomas de alunos formados em anos e cursos diferentes, e com um mesmo registro", conta Liliane Rodrigues, 26, formada em letras em 2014. A jovem teme que não possa resolver a situação para assumir um cargo na prefeitura, para o qual já foi aprovada em concurso.
UNIVERSIDADE
Em 2011, a Faculdade Santa Izildinha foi comprada pelo grupo Uniesp. Segundo refere a publicação, a faculdade e os cursos oferecidos são credenciados regularmente no Ministério da Educação. A pasta refere que "caso seja constatado que a fraude é perpetrada pela própria instituição de ensino, caberá a aplicação das penalidades".
A USP informou que poderá suspender o cadastro da faculdade e o registro de seus diplomas.
Segundo a Folha, o grupo Uniesp reconhece as irregularidades nos diplomas, mas não soube apontar quantos tiveram registro forjado.
O grupo afirmou que "auditará todos os diplomas já emitidos" e lamentou pelo ocorrido. "[O grupo] já se reuniu com o departamento de diplomas da USP (...) e reforça que serão tomadas todas as providências para regularização dos diplomas", afirma. Em nota publicada no site da faculdade, a Uniesp chegou a culpar uma ex-funcionária, que teria sido demitida.