© Reuters / Adriano Machado
O presidente interino Michel Temer tenta melhorar o ambiente econômico antes do julgamento final do impeachment. Por isso, segundo a Folha de S. Paulo, o peemedebista encomendou à equipe medidas econômicas que lancem uma agenda positiva em 15 dias.
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A publicação destaca que entre as estratégias estão: a diminuição das restrições para que estrangeiros comprem terras no Brasil, a profissionalização das agências reguladoras e a renovação de concessões com compromisso de novos investimentos.
O pedido de Temer foi feito na primeira reunião do "comitê econômico", que reúne os ministros da Fazenda e do Planejamento e os de Relações Exteriores, Agricultura, Comunicações, Transportes e Minas e Energia.
MUDANÇAS
Segundo avaliação de Temer, é necessário melhorar a confiança na economia para consolidar sua posição no governo e evitar surpresas no julgamento do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff.
Assessores do presidente interino acredita quem uma garantia de retomada evitará que senadores que atualmente se declaram indecisos acabem votando contra o afastamento definitivo de Dilma.
Ainda de acordo com a Folha, Temer considerou que, neste momento, a responsabilidade está totalmente com o governo, já que investidores estrangeiros têm dado recados de que, embora confiem na equipe econômica, pretendem esperar a definição do cenário político para retomar investimentos no país.
PRÉ-SAL
A reportagem cita também que Temer acertou nesta quarta (22) que dará prioridade para a aprovação, na próxima semana, do projeto que tira a obrigatoriedade da Petrobras de participar de todos os leilões de campos de petróleo do pré-sal.
TERRAS
O ministro Blairo Maggi (Agricultura) defendeu a venda de terras a estrangeiros e ressaltou que a medida vai impulsionar ainda mais os investimentos no setor agropecuário no país e que não fazia sentido ser contra ela.
Em relação a renovação de concessões, a ideia é destravar rapidamente obras que já estão engatilhadas e poderiam ter feito imediato sobre o desemprego.
REGULAÇÃO
O ministro Dyogo Oliveira (Planejamento) avaliou que "as medidas a serem propostas devem ser de cunho mais regulatório, de regras estabilizadoras que permitam maior competição e tornem as decisões econômicas mais previsíveis".
A Folha destaca que neste âmbito podem entrar novas regras de composição e governança das agências reguladoras. Segundo o ministro, a ideia é também mostrar que o governo Temer não está limitado apenas à agenda de equilíbrio das contas públicas (controle fiscal).
Oliveira também considerou que o governo está preocupado também com questões sobre a liquidez (falta de de recursos e crédito) no setor privado e podem ser avaliadas medidas nessa área.
O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) acredita que, se a proposta de teto para o gasto público for aprovada pelo Congresso em prazo "recorde" de até 120 dias, e aprovada até o fim do ano, ela pode entrar em vigor já em 2017.