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A pesquisa da consultoria Ipsos aponta que o primeiro mês da gestão interina de Michel Temer teve efeitos contrários na avaliação do governo do peemedebista e da presidente afastada Dilma Rousseff. No período, o índice de reprovação do político subiu e o da petista caiu.
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Segundo o levantamento, de maio a junho, a porcentagem de pessoas que desaprovava totalmente ou um pouco o interino cresceu de 67% para 70%. Já para Dilma, indicador passou de 80% para 75%. Por sua vez, a aprovação da presidente afastada foi de 15% para 20%. A de Temer também aumentou, indo de 16% para 19%, como informa o portal iG.
Ainda em relação ao estudo, em junho 43% dos entrevistados disseram considerar o governo federal ruim ou péssimo, marca mais positiva do que a última registrada pelo governo Dilma na última pesquisa do instituto, que apontou que 69% viam a gestão da petista ruim ou péssima.
Os dados foram coletados entre 2 e 13 de junho, por meio de 1.200 entrevistas em 72 municípios. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.
A baixa popularidade de Temer é explicada por três fatores: a falta de uma agenda clara de mudanças, a imagem de político tradicional e o contexto turbulento no qual governa, conforme indica Danilo Cersosimo, diretor na Ipsos Public Affairs e responsável pela pesquisa.
Para Cersosismo, por não ter sido eleito por voto direto, Temer não teve um conjunto de medidas apresentado e aprovado pela população e seus problemas em comunicar as ações intensificariam o problema. Além disso, soma-se o momento de instabilidade, com escândalos de corrupção, Congresso arredio, queda de ministros e a própria interinidade de sua gestão.
"Era muito mais o impeachment dela, do que uma esperança que se depositava nele. O pensamento era: com ela se tornou tão insustentável que é impossível o vice ser pior."
No entanto, os resultados ruins para Temer e a leve recuperação de Dilma não significam que houve uma transferência de popularidade ou um certo saudosismo, alertam os especialistas.
Para o responsável pelo levantamento, o aumento da aprovação da petista pode ser explicado por seu afastamento. Ela não estaria mais no "olho do furação", o que diminuiria o desgaste de sua imagem. O culpado pelos problemas agora seria Temer, alvo da opinião pública.
A má avaliação do governo interino na pesquisa pode ter tido como fator fulcral a falta de mudanças na política e na economia, diz o diretor da Ipsos. Em junho, para 43% dos entrevistados, o governo federal era ruim ou péssimo. O número é menor do que o último registrado no mandato de Dilma – 69% –mas é um mau começo, pondera Cersosismo.
O estudo não indicou somente a desaprovação do presidente interino e de seu governo, mas mostrou também o pessimismo quanto ao futuro do país. Para 89% dos entrevistados, o Brasil está no rumo errado. A porcentagem se mantém no patamar dos 90% desde junho de 2015.
A falta de credibilidade dos políticos e da política estariam incluídos nesse ceticismo dos brasileiros, ressalta Melo. "O que deputados, senadores e governadores falam é pouco assimilado. Toda a ideia de líder está em crise."
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