© Câmara dos Deputados / Lucio Bernardo Jr.
O executivo Augusto Mendonça, do estaleiro Setal, omitiu pagamento de propina de US$ 32 milhões (cerca de R$ 103 milhões) em contratos para construção de duas plataformas de exploração de petróleo com a Petrobras em seu acordo de delação. Este seria um dos maiores subornos identificados pela Operação Lava Jato, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.
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O juiz federal Sergio Moro identificou a omissão durante audiência em que o executivo era testemunha de uma ação que tem como réu o lobista Zwi Skornicki, de um estaleiro de Cingapura. Mendonça, que foi sócio da Setal, levou 19 meses para relatar o suborno de Us$ 32 milhões.
Ele teria sido vago ao contar sobre as plataformas P51 e P52, que estariam no centro dos pagamentos irregulares. O empresário disse somente que "ouviu comentários de que haveria pagamentos de comissões a Renato Duque", em referência ao ex-diretor da Petrobras preso em Curitiba acusado de receber propina na estatal.
Durante audiência na Justiça no último dia 16, o "ouviu falar" de Mendonça se revelou como propina de US$ 32 milhões. Ele disse que as duas plataformas foram contratadas em 2003 e 2004 por US$ 1,6 bilhão ( cerca de R$ 5 bilhões) e que houve o pagamento de 2% de comissão, equivalente a US$ 32 milhões.
Mendonça afirma que o suborno foi dividido igualmente entre DUque e Skornicki, que era representante comercial do estaleiro Keppel Fels, em Cingapura. As plataformas foram construídoas em Angra dos Reis e em Niterói, ambas no estado do Rio.
Os advogados Wagner Lacerda e Marta Saad, que representam Augusto Mendonça e Zwi Skornicki, nãose pronunciaram sobre a omissão apontada por Moro.