Grupo de Cunha usou carta renúncia como 'garantia' para esquema

s tratativas começaram pelo corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, que entregou seu currículo a Cunha e repassou ao ex-ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo), que era líder do PMDB na Câmara

© Agência Brasil

Política Indicação 01/07/16 POR Folhapress

O ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto afirmou aos investigadores da Lava Jato que após ganhar indicação para ocupar o cargo foi obrigado a deixar uma carta renúncia assinada como garantia de que atenderia ao grupo do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

PUB

Cleto contou que as negociações para que fosse nomeado para o cargo começaram em 2011. As tratativas começaram pelo corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, que entregou seu currículo a Cunha e repassou ao ex-ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo), que era líder do PMDB na Câmara.

Após passar por uma entrevista no Ministério da Fazenda, Cleto foi avisado por Funaro que teve seu nome aprovado. Segundo o ex-vice-presidente da Caixa, já nessa ocasião Funaro deu a entender que haveria em algumas operações o pagamento de propina, a qual deveria ser dividida.

De acordo com o delator, no mesmo dia em que sua nomeação, Funaro o chamou no escritório. O encontro foi marcado por Alexandre Margotto, assessor do corretor.

Em frente ao escritório, em um carro estacionado, Margotto apresentou três vias de uma carta de renúncia ao cargo de Vice-Presidente da Caixa, como se tivesse sido escrita por Fábio CIeto, endereçadas a Henrique Eduardo Alves.

O delator disse que foi informado por Margotto que deveria assinar as cartas sob pena de ser exonerado, tendo este último assim procedido. "As três vias da carta, que ficaram com Alexandre Margotto, eram uma espécie de 'garantia': caso qualquer solicitação não fosse acatada por Cleto, Funaro apresentaria a carta, levando à renúncia do cargo e à indicação de outra pessoa", afirmou a Procuradoria-Geral da República.

FORTALEZA

Cleto afirmou aos procuradores que o esquema consistia em ele repassar para Cunha e Funaro todos os projetos que estavam em tramitação dentro da área da FI-FGTS e da Carteira Administrada e o estágio em que se encontravam. Segundo ele, Cunha e Funaro passavam como deveria ser seu voto em cada projeto.

Cleto disse que o pedido de propina às empresas era feito por Cunha e Funaro.

Ao pedir busca e apreensões em endereços ligados a Funaro, a PGR destacou ao Supremo o luxo do corretor.

"O Ministério Público recebeu informações sobre um dos possíveis endereços desse agente delitivo. De acordo com os dados, trata-se de verdadeira "fortaleza" construída em Vargem Grande do Sul/SP, que conta inclusive com um heliporto", diz a Procuradoria.

"Ainda de acordo com as informações, Funaro até agora vinha com frequência ao local, chegando às sextas-feiras à tarde e partindo aos domingos, no final do dia, sempre de helicóptero e acompanhado de seguranças. [...] Confirmando que o imóvel é usado por Lúcio Bolonha Funaro e sua família". Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Bolsonaro 21/11/24

'Vamos partir pra guerra': golpistas pediam 'orientação' a general próximo de Bolsonaro

politica BOLSONARO-PF Há 17 Horas

PF indicia Bolsonaro e mais 36 em investigação de trama golpista

esporte Indefinição Há 2 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

justica São Paulo 21/11/24

'Quem vai devolver meu filho?', lamenta pai de universitário morto em abordagem da PM

fama Ellen DeGeneres Há 20 Horas

De saída: Ellen DeGeneres e mulher abandonam os EUA

brasil Brasil Há 19 Horas

Jovens fogem após sofrerem grave acidente de carro; vídeo

fama ED-MOTTA Há 22 Horas

Ed Motta pede desculpas após demitir integrante de sua equipe em show

mundo RÚSSIA-UCRÂNIA Há 18 Horas

Rússia ataca Ucrânia com míssil criado para guerra nuclear, diz Kiev

fama Björk Há 22 Horas

Björk faz 59 anos; relembre os looks mais extravagantes da cantora

fama Kylie Jenner Há 21 Horas

Kylie Jenner recria momento bizarro de Kendall a cortar pepino