A pista de atletismo do Estádio Olímpico está devidamente carimbada para o Rio 2016. Pouco antes do meio-dia desta quinta-feira (7), o italiano Alessandro Genta deu o último retoque com seu rolinho de tinta nos aros Olímpicos pintados na reta dos 100m, num espaço que receberá algumas das maiores estrelas do esporte mundial a partir do dia 12 de agosto.
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A tradição de pintar os aros Olímpicos na pista de atletismo começou em Atenas 2004. Mas os anéis abrem uma exceção para o esporte nobre dos Jogos Olímpicos, porque perdem as tradicionais cinco cores: eles ficam camuflados em cor única na pista, para não atrapalhar os atletas. No caso do Engenhão, os aros se destacam discretamente em um tom de azul mais claro.
Para pintar os aros, são necessários dois dias. Na metade da reta dos 100m fica o ponto central do aro do meio. Dele sai a medição para os outros quatro aros. Com uma trena, são traçadas as circunferências, em linha dupla. Essas circunferências, então, serão preenchidas com cerca de 15 litros de tinta, num trabalho que leva dois dias.
Alessandro Genta, que também é topógrafo, passou 18 de seus 36 anos pintando pistas pelo mundo. Ele lembra a primeira vez que acompanhou o pai, aos 14 anos: “Ele disse: 'nada de férias, você vai pintar comigo'. Foi em Cagliari, na Sardenha", recorda. "Desde então, quantas pistas eu já pintei? Ah, mais de 100, com certeza."
De seu trabalho no Rio, ainda falta pintar a pista de aquecimento do Engenhão e outras de Centros de Treinamento, na Unifa (Universidade da Força Aérea), em Campo dos Afonsos, e no CAer (Clube de Aeronáutica), na Barra. Depois, Alessandro volta para casa, de onde acompanhará estrelas de seu país nos Jogos Olímpicos. Entre elas a nadadora Federica Pelegrini, que será a porta-bandeira da Itália no desfile da cerimônia de abertura.
Mudança próxima
Martinho Nobre, gerente de Atletismo do Comitê Rio 2016, diz que parte de sua equipe de 25 pessoas muda na segunda-feira (11) para o Estádio Olímpico. "Todos os 220 oficiais técnicos nacionais estão treinados e foram avaliados no Troféu Brasil, na semana passada, em São Bernardo do Campo", afirma o gerente.
Os equipamentos para as provas de pista e campo vêm de diversos países, como Alemanha, Polônia, Suécia, Hungria, Itália, Espanha, China e Índia.