Rede de fast fashion promove curso de confecção para refugiadas

"Desde que cheguei, há sete meses, não consegui emprego", diz Viviana, que trabalhava como costureira em Angola

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Lifestyle MODA 15/07/16 POR Estadao Conteudo

Aos 25 anos, a angolana Mambo Beatriz Lenda trocou seu país natal pelo Brasil para escapar da violência doméstica. Consigo, trouxe apenas a filha de seis anos. Em São Paulo, encontrou mulheres em situação semelhante, como Viviana Sebastião, 36 anos, também de Angola, que mudou de país quando o marido, perseguido político, desapareceu. Pelos próximos dois meses, todas as noites, as duas vão frequentar aulas sobre a cadeia produtiva de moda junto com outros 13 refugiados africanos em um colégio em Santana, na zona norte de São Paulo. A ideia é que aprendam desde noções de empreendedorismo até técnicas práticas de costura para terem maiores chances de ingressar no mercado de trabalho.

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"Desde que cheguei, há sete meses, não consegui emprego", diz Viviana, que trabalhava como costureira em Angola. "Gosto da minha profissão e quero aprender o jeito de fazer moda no Brasil para poder continuar costurando." O curso faz parte de um projeto criado pelo Instituto Lojas Renner com a ONU Mulheres. "São pessoas muitas vezes já capacitadas, que estão no Brasil há meses, mas não conseguem emprego", explica Vinicios Meneguzzi Malfatti, diretor executivo do instituto. Até o fim do ano, o plano é dar aulas para mais duas turmas e buscar parcerias com a cadeia de fornecedores da própria loja para empregar os alunos.

Embora tenha como público alvo as mulheres, dois homens também frequentam esta primeira turma do curso. Um deles é o pedagogo Nguala Basilna Doris, 40 anos, que fugiu da guerra civil da República do Congo há um ano. "Adoro moda e costura. Também costurava no meu país, então fiquei feliz quando soube das aulas", diz ele, que levou seis meses para localizar a esposa e os cinco filhos após chegar a São Paulo, no ano passado. Sem emprego desde então, ele diz ter esperança de encontrar algo ao concluir o curso. "As pessoas valorizam mais quem tem algum certificado, estou otimista e quero poder viver em paz", afirma. Com informações do Estadão Conteúdo.

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