Medidas Provisórias condenadas por Bernardo Cabral

O uso de medidas provisórias (MPs) no sistema presidencialista foi uma das piores coisas que ocorreram na Constituição. A avaliação é de Bernardo Cabral, que foi o relator da Constituinte. Segundo ele, a Constituição foi construída para o sistema parlamentarista, em que o uso das MPs estaria mais adequado. “A medida provisória no presidencialismo é pior que o decreto lei dos regimes militares”, disse Cabral à Agência Brasil.

© Reuters

Política Relator 05/10/13 POR Agência Brasil

Ele declarou ainda que com a aprovação do presidencialismo, tentou retirar as medidas provisórias da Carta Magna, mas não teve sucesso. “Se vocês não tirarem as medidas provisórias vão transformar o presidente da República no maior ditador de todos os tempos, usurpador das funções do Congresso Nacional. E, infelizmente, minha profecia se realizou”. Ele destacou que todos os governos eleitos depois de promulgada a Constituição fizeram uso das MPs.

PUB

Segundo Bernardo Cabral, o instituto da MP não se encaixa no presidencialismo, pois ninguém sabe ao certo o que o presidente vai fazer, e ele pode editar uma medida provisória ao qualquer momento e sobre qualquer assunto. “No sistema parlamentarista, como estava previsto, a medida provisória só poderia ser editada em urgência e com motivo de alta relevância. Se no prazo de 30 dias não fosse convertida em lei perderia sua eficácia. Mudaram tudo isso. Então, posso respeitar, não faço juízo de valor, mas, no meu entendimento, medida provisória só deve existir no sistema parlamentarista”.

Outro ponto negativo do texto constitucional, segundo Cabral, é o capítulo que trata da reforma agrária. De acordo com o relator da Constituinte, as divergências em torno do tema fizeram com que a legislação sobre a reforma agrária se tornasse ainda pior. “O nosso texto foi derrubado, infelizmente, e o texto aprovado ficou pior do que o Estatuto da Terra, que vinha do governo militar. Olhe como as coisas são paradoxais”, disse.

Apesar disso, Bernardo Cabral se diz satisfeito com o texto promulgado em 1988. Sobre as emendas ao texto constitucional, ele avaliou que elas devem ser aprovadas de maneira pontual e não “circunstanciais”.

“A Constituição é feita quando o povo elege o poder constituinte originário. Esse poder, quando ele estabelece uma emenda constitucional, está dando o poder constituinte derivado. Ou seja, para aparar as arestas e melhorar alguns pontos. O que não concordo é que a todo instante se queira mudar o texto constitucional. Porque uma lei fundamental você não a escreve todos os dias. Sou contra que se coloque eventuais emendas constitucionais a reboque de interesses meramente circunstanciais”, declarou.

 

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Investigação Há 4 Horas

Laudo aponta que míssil da Rússia derrubou avião no Cazaquistão

fama Luto Há 8 Horas

Morre ator Ney Latorraca, aos 80 anos

fama Bebê Há 10 Horas

Neymar será pai pela quarta vez e terá segunda filha com Bruna Biancardi

mundo Cazaquistão Há 8 Horas

Nevoeiro, aves, míssil russo… O que se sabe sobre a queda de avião?

mundo Avião Há 8 Horas

Corpo é encontrado no trem de pouso de avião no Havai

fama Festas Há 9 Horas

Filho de Leonardo, João Guilherme dispensa Natal do pai e passa com Xuxa

lifestyle Saúde Há 9 Horas

Nariz entupido? Saiba como resolver este incômodo

fama Celebridades Há 17 Horas

Por que esses famosos não comemoram o Natal?

politica Justiça Há 9 Horas

Chefe da PM responsável pela Esplanada sugeriu combinar defesa sobre 8/1

tech Brasil Há 18 Horas

Aplicativo sobre de prevenção de desastres já tem 2 mil downloads