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A saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, terá impacto mais indireto na América Latina do que efeitos diretos, pois a região tem baixa exposição aos mercados comerciais britânicos, disse nesta quarta-feira (20), o diretor para o departamento de Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Alejandro Werner, em entrevista à imprensa.
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"O impacto direito do Brexit não deve ser tão grande e pode vir mais pelos efeitos que devem ocorrer na economia internacional e sobre os mercados financeiros", afirmou Werner ressaltando que apenas 1% das exportações totais da América Latina são para o Reino Unido.
Como é um fenômeno recente, decidido há menos de um mês em um plebiscito no Reino Unido, Werner disse que ainda é cedo para se avaliar os impactos concretos na economia mundial. "Precisamos ver informações mais detalhadas", disse ele, destacando que o FMI rebaixou as previsões para a economia mundial influenciadas pelo Brexit, mas a análise se baseia mais em informações e inferências prévias à decisão do Reino Unido. Na terça-feira (19), o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, destacou que é preciso esperar novos indicadores econômicos para ver os reflexos do Brexit e isto deve ocorrer a partir de final de agosto.
"A América Latina no geral deve sofrer impacto relativamente menor, mas claramente estamos em uma etapa inicial, ainda há muita incerteza", disse Werner. Para ele, o Brexit é um fator adicional de dúvidas em uma economia mundial já cheia de incertezas.
Com baixos fluxos comerciais entre a região e o Reino Unido, os efeitos mais importantes nos países latinos virão dos impactos do Brexit no sistema financeiro internacional, nos mercados e na atividade econômica mundial.
Werner ressaltou que o referendo provocou reação violenta nos mercados inicialmente, mas depois houve recuperação. "Claramente esta volatilidade influenciou e vai continuar influenciando as perspectivas econômicas." Com informações do Estadão Conteúdo.