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Você conhece ou já ouviu falar de alguma conhecida que tenha sido diagnosticada com câncer de colo de útero? É bem provável que sua resposta tenha sido não e você não está sozinho. Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, no primeiro trimestre deste ano, mostrou que 73% dos brasileiros não conhece ninguém que tenha tido a doença. Uma contradição com os dados alarmantes do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que estimam que mais de cinco mil mulheres morram todos os anos por causa dessa enfermidade. Para 2016, ainda são estimados 16 mil novos casos e este já é considerado um dos cinco mais comuns no Brasil.
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É, justamente, o desconhecimento em relação à doença que torna esse número mais crítico. O radio-oncologista Miguel Torres, do Radiocare - Centro de Radioterapia do Hospital Felício Rocho, alerta que esse é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres. “O câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, surge através da infecção causada pelo vírus papilomavírus (HPV), mas somente quando existem alterações celulares que evoluem para a doença”.
O especialista frisa que, inicialmente, é comum não aparecerem sintomas. “Quando a doença está mais avançada, o paciente pode apresentar sintomas como sangramento vaginal com interrupções ou após relações sexuais, secreções vaginais anormais ou, ainda, dores abdominais associadas a queixas urinárias ou intestinais”.
O tratamento varia de acordo com cada caso e pode ser feito através de cirurgia ou de radioterapia. “Tudo vai ser levado em conta: tamanho do tumor, o estágio da doença, o desejo ou não da paciente ter filhos. A partir disso, o médico vai orientar o procedimento mais adequado”, pontua o radio-oncologista.
Relação com papilomavírus
Esse tipo de câncer está, em alguns casos, associado ao papilomavírus humano (HPV), que atinge 685,4 mil pessoas no país. O vírus (HPV) é transmitido, quase que na totalidade dos casos, via prática sexual, inclusive, sexo oral.
De acordo com uma pesquisa da Divisão de Oncologia Ginecológica da Universidade da Califórnia, publicada em 2015, 90% das pessoas já tiveram algum contato com o HPV. É possível se livrar do vírus naturalmente, mas não são raros os casos de desenvolvimento de câncer como consequência.
A detecção do vírus se dá através do exame ginecológico Papanicolau. É muito importante fazer exames preventivos, pois existe uma fase pré-clínica da doença que não apresenta sintomas. E, quando descoberto na fase inicial, as chances de cura são de quase 100%.