© Ueslei Marcelino/Reuters
Diante da possibilidade do Congresso não aprovar a proposta de criar um teto para os gastos públicos, o país poderá ter que se socorrer ao aumento de impostos e juros mais altos no longo prazo, afirmou o ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
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Em entrevista à Folha de S.Paulo, Meirelles diz que o Brasil pode escolher um caminho turbulento, que travará o crescimento, caso não aprove a emenda constitucional que limita o crescimento dos gastos públicos à correção da inflação observada no ano anterior.
"Se não for aprovada, não haverá outra saída, porque nos próximos anos, para financiar este aumento das despesas públicas, só restará aumentar imposto", disse.
Na entrevista, ele também afirmou ser contra um novo programa de refinanciamento de dívidas das empresas com o fisco, ao dizer que "a tentativa de atender a todos é que levou à deterioração da situação fiscal e prejuízo de todos".
No entanto, apesar da queda das receitas e alta das despesas, Meirelles garantiu que cumprirá a meta fiscal estabelecida para 2016: um déficit de R$ 170,5 bilhoões.
Ao ser questionado sobre o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, o ex-presidente do Banco Central no governo de Lula preferiu não tecer comentários, mas afirmou que o fim da "incerteza" que ele alimenta permitirá uma "recuperação maior e mais rápida" da economia.