10% das pessoas voltam a engordar após cirurgia bariátrica

O que fazer com este número cada vez maior e mais preocupante de novos obesos “de novo”?

© DR

Lifestyle OBESIDADE 30/07/16 POR Notícias Ao Minuto

No mundo há mais de um bilhão de adultos com sobrepeso e 300 milhões com obesidade segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). “No Brasil, a obesidade é uma doença crônica que afeta cerca de 18% das mulheres e 13% dos homens”, relata cirurgião do aparelho digestivo e especialista em cirurgia da obesidade do Hospital VITA Dr. Giorgio Baretta. Isso representa cerca de 19 milhões de habitantes, sem contar os mais de 50% de brasileiros com sobrepeso, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

PUB

“Nos Estados Unidos, cerca de dois terços dos indivíduos são obesos ou têm excesso de peso, um em cada três norte-americanos é considerado obeso, e a outra terça parte sofre de excesso de peso crônico”, explica o médico. Em geral 31% dos homens e 35% das mulheres sofrem de obesidade e apenas 1% destes têm acesso à cirurgia bariátrica. No Brasil, que ocupa a segunda colocação nesse tipo de procedimentos, foram realizadas cerca de 93,5 mil cirurgias bariátricas em 2015, o que representa um crescimento de 6,25% se comparado ao mesmo período de 2014. Mas, de acordo com o especialista, o problema não acaba com a realização do procedimento, já que entre 10% a 20% dos pacientes voltam a ganhar peso com o passar dos anos, aumentando as chances de doenças associadas à obesidade como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia (aumento do colesterol e triglicerídeos), apneia do sono e artropatias. “Além disso, ficam mais suscetíveis a sofrer com baixa autoestima e problemas psicológicos ou psiquiátricos”, complementa.

O que fazer com este número cada vez maior e mais preocupante de novos obesos “de novo”?

“Primeiro deve-se levar em consideração os motivos pelos quais esses pacientes reganham peso”, alerta Baretta. Os maus hábitos dietéticos como a ingesta abusiva de doces e álcool, o sedentarismo, a má escolha da técnica cirúrgica pelo paciente ou pelo cirurgião e o rápido esvaziamento dos alimentos do novo estômago pela dilatação ou confecção maior da anastomose gastrointestinal (costura entre o estômago novo e o intestino desviado) devem ser investigados. Uma boa entrevista com o paciente, avaliação nutricional e psicológica ou psiquiátrica no pré-operatório, bem como o incentivo à atividade física e aos retornos com a equipe multidisciplinar são de fundamental importância para evitar o insucesso da cirurgia bariátrica. Com relação à anastomose gastrointestinal, várias técnicas para redução do seu calibre vêm sendo tentadas, porém sem muitos resultados animadores. Quanto maior o calibre desta anastomose, mais rápido o esvaziamento gástrico e consequentemente maior a ingesta alimentar. O contrário é verdadeiro, ou seja, quanto menor o diâmetro desta “saída” do novo estômago operado, mais lento será o esvaziamento gástrico e mais precoce será a saciedade alimentar do paciente.

Baseado neste preceito, o Serviço de Endoscopia do Hospital VITA Batel – Endobatel vem realizando, desde 2009, um procedimento endoscópico que visa reduzir o diâmetro da saída do estômago operado em pacientes já submetidos à cirurgia bariátrica e que estão reganhando peso. Trata-se da coagulação com plasma de argônio. O plasma de argônio ganhou importância no campo da endoscopia digestiva desde a década passada. Esta técnica promove uma termocoagulação da mucosa da anastomose gastrointestinal e consequentemente uma redução do seu calibre. Com isso, o esvaziamento gástrico é retardado e a saciedade alimentar do paciente torna-se mais precoce.

O procedimento é ambulatorial, ou seja, o paciente recebe alta logo após despertar da sedação que é realizada sob a supervisão de um médico anestesiologista. São realizadas no mínimo três sessões com intervalo de 6 semanas entre cada uma delas. Os resultados iniciais são animadores, porém o paciente deve ser encorajado a realizar atividade física e acompanhamento psicológico.

A vantagem de tudo isso é que o procedimento é minimamente invasivo, não necessitando de outra cirurgia; praticamente isento de riscos e completamente bem tolerado pelos pacientes. “Esta é uma boa opção no vasto arsenal terapêutico disponível no auxílio do número cada vez maior de obesos em todo mundo”, conclui o médico.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Jhei Soares Há 10 Horas

Influenciadora posta vídeo horas antes de morrer: ‘Indo ser jovem’

economia 13º salário Há 16 Horas

INSS inicia pagamento do 13º salário para mais de 2 milhões de pessoas

fama Uberlândia Há 17 Horas

Influenciadora morre arrastada por enchente em Minas Gerais

mundo Bitcoin Há 15 Horas

Mulher revela como descartou R$ 4,1 bilhões em bitcoins do ex-namorado

fama Elon Musk Há 16 Horas

Grimes, ex de Musk, diz que ele está 'irreconhecível' e expõe disputa

fama Kate Cassidy Há 17 Horas

Namorada se revolta com resgate de Liam Payne: 'Poderia ser salvo'

fama Elie Há 16 Horas

Eliezer faz cateterismo e oculta da família: "Internado na UTI"

mundo Krish Arora Há 9 Horas

Menino britânico de 10 anos supera QI de Einstein e Hawking

fama Alexandre Pires Há 10 Horas

Morre João Pires, pai do cantor Alexandre Pires, aos 72 anos

brasil Divaldo Franco Há 14 Horas

Divaldo Franco, 97 anos, está internado para tratar câncer na bexiga