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O ministro do Interior da Turquia, Efkan Ala, afirmou nesta quarta-feira (27) que o governo investiga possíveis ligações entre o movimento Gülen, liderado pelo imã e magnata autoexilado Fethullah Gülen, e o Estado Islâmico (EI). O grupo, também conhecido como "Hizmet" ("Serviço", em turco), é acusado por Ancara de ter patrocinado a tentativa fracassada de golpe de Estado do último dia 15 de julho.
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"Podem emergir laços entre a organização terrorista dos seguidores de Fethullah e o EI", declarou Ala, em entrevista à emissora "A Haber". O movimento Gülen reúne centenas de instituições de ensino e prega uma versão moderada do islamismo, com grande influência na sociedade civil da Turquia. Segundo o presidente Recep Tayyip Erdogan, os gülenistas estavam infiltrados em todos os aparatos do Estado.
Desde 15 de julho, exatas 15.846 pessoas foram presas no país por suspeita de envolvimento na revolta. Já o Exército divulgou um comunicado anunciando que 8.651 "terroristas de farda", o que equivale a 1,5% do contingente, participaram do golpe. Eles usaram, de acordo com Ancara, 3,9 mil armas leves, 246 blindados, 74 tanques de guerra, 37 helicópteros, 35 aviões e três navios.
Ainda nesta quarta, a polícia emitiu mandados de prisão contra 47 jornalistas que teriam ligação com a rede de Fethullah Gülen. Muitos deles são ex-repórteres do jornal de oposição "Zaman", fechado por Erdogan em março passado. Além disso, mais 32 professores e cinco funcionários administrativos foram removidos da Universidade Afyon Kocatepe. Com isso, mais de 1,6 mil empregados de 41 instituições de ensino superior turcas já foram expulsos de seus cargos desde o golpe fracassado. (ANSA)