Ser o maior não é mais popular, diz Lemann, homem mais rico do Brasil

Lemann falou no ciclo de palestras que marca os 25 anos da Fundação Estudar

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Brasil Palestra 01/08/16 POR Folhapress

Para o homem mais rico do Brasil, e um dos maiores do mundo (19º, segundo a lista anual da revista "Forbes"), Jorge Paulo Lemann, ser "o maior" não tem sido mais tão popular no mundo. "Tem que ser o melhor, espalhar o sonho um pouco mais e envolver mais gente", disse.

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Lemann falou no ciclo de palestras que marca os 25 anos da Fundação Estudar, instituição que ele e os sócios Marcel Telles e Beto Sicupira criaram para financiar jovens talentos pra estudar no exterior. Os três são acionistas da Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria do mundo.

Além da Estudar, Lemann também criou a fundação que leva seu nome e atua com projetos ligados à educação básica.

Em um clima descontraído, o dono da maior fortuna do país disse que ser o maior traz "desconforto". "Esse negócio de ser o maior traz certo desconforto. Até nos Estados Unidos, quando vejo a a popularidade do Bernie Sanders [pré-candidato democrata à presidência], dizendo que é contra tudo que é grande, contra tudo que é bom. Tem uma ressonância enorme lá".

"Sonhar grande" foi o mote da conversa com o empresário. "Gostaria de uma país mais justo, que tivesse mais oportunidades", diz ele.

O empresário afirmou que o momento atual do país é de grandes oportunidades para os jovens, que devem se envolver na política. "Passei a vida toda fugindo da política, e acho errado. Os jovens que têm vocação para a política têm que ingressar, agarrar, ser influente", disse.

Lemann defendeu durante sua fala que é possível fazer o país trabalhar com os valores que fizeram sucesso em seus negócios, como meritocracia, pragmatismo, atenção aos resultados.

Sobre os negócios, ele disse que teve a competência de atrair para perto de si talentos maiores em executar do que sonhar. "Sou melhor sonhador que executor".

O empresário também falou sobre a família e sua relação com os filhos.

Oriundo de uma família de origem suíça, "pão-dura por natureza", Lemann diz que seus filhos têm hoje uma condição diferente, mas sem uma situação de "abundância". "Meu pai gritava 'apaga a luz que a gente não é dono da Light'. Em casa isso não dá muito certo. Eu continuo gritando, mas não levam em conta", disse, arrancando risos da plateia. "Eu ajudo, mas são eles que têm que encontrar seu caminho".

Além de Lemann, a programação do evento conta ainda com o documentarista João Moreira Salles e o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal). Com informações da Folhapress.

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