Freixo é constrangido nas redes após doação de demolidora vir à tona

Candidato à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo recebeu doação da Victor Hugo Demolições, empresa responsável por remoções na zona oeste da cidade

© Reuters

Brasil Rio 01/08/16 POR Folhapress

Uma doação de R$ 120 mil de uma empresa na eleição municipal de 2012, embora registrada na Justiça Eleitoral, está causando constrangimento ao deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro.

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O repasse a Freixo, que na época, assim como agora, disputava o cargo de prefeito, foi feito pela Victor Hugo Demolições. A empresa participou da remoção de moradores no bairro Vila Autódromo, na zona oeste do Rio, para dar lugar a construções para a Olimpíada.

"Como eleitor, gostaria de uma nota de esclarecimento sobre a denúncia. Espero que tenha sido um mal entendido", pede o usuário Felipe Berna. "Quer dizer que pelo fato de as doações terem ocorrido antes das remoções que vocês condenam elas se tornaram justificáveis? Conta outra, vai!", disse, numa rede social, Carlos Mauricio Ardissone.

A doação veio à tona após uma publicação no Facebook de um ex-filiado do PSOL, Fabrício Mangue. "Até março desse ano eu era filiado ao PSOL. Mas como todos os partidos, o PSOL não iria nunca ficar de fora de falácias enganosas e atos criminosos da velha política. Essas provas concretas que estou postando é só um resumo do que não vemos dentro dos 'gabinetes espúrios', dentro dos 'palácios das negociatas', como costuma dizer, Marcelo Freixo."

Freixo foi uma das principais figuras políticas na defesa da permanência dos moradores da Vila Autódromo. As primeiras remoções tiveram início em 2014. Somente 20 de cerca de 600 famílias continuam no local.

"A Vitor (sic) Hugo Demolição, além da poeira constante com seus tratores de esteiras, quebrou todos nossos canos de esgotos, além de ficar sacudindo as casas de quem quis ficar", afirma postagem da página do Facebook "Vila Autódromo".

O deputado costuma fazer críticas ao financiamento privado de campanha. Em diversas ocasiões, Freixo ressaltou que "empresa não faz doação, faz investimento". "Numa lógica de mercantilização da cidadania e da transformação da política em negócio, elas nada mais fazem do que diversificar ainda mais os seus investimentos. Quem paga a orquestra escolhe a música", escreveu em seu site.A assessoria de Marcelo Freixo afirma que a doação foi registrada conforme a legislação e publicada pela Justiça Eleitoral. "A doação é anterior às remoções em Vila Autódromo e não havia qualquer denúncia contra a empresa. O PSOL sempre lutou e esteve ao lado dos moradores de Vila Autódromo e das milhares de famílias removidas de forma arbitrária pela prefeitura do Rio de Janeiro em tantas comunidades."

Segundo a assessoria, "o partido amadureceu o seu posicionamento e avaliou que esse modelo [de financiamento privado de campanha] não funciona". "Tanto que em 2014 as campanhas do PSOL no Rio de Janeiro receberam doações exclusivamente de pessoas físicas."

Procurada pela reportagem, a Victor Hugo Demolições disse que "não tem interesse" em falar com a reportagem. Com informações da Folhapress.

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