© Reprodução / Clínica Ivo Pitanguy
O corpo do cirurgião plástico Ivo Pitanguy foi velado na tarde deste domingo (7), no Memorial do Carmo, no Rio.
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Além de seus familiares, colegas de Academia Brasileira de Letras, como os escritores Nélida Piñon e Arnaldo Niskier, e atrizes como Maitê Proença e Maria Zilda Bethlem participaram da cerimônia.
Pitanguy morreu aos 93 anos, na tarde deste sábado (6), depois de sofrer uma parada cardíaca em casa. Um dia antes, em uma cadeira de rodas, ele havia participado do revezamento da tocha olímpica.
Filha do cirurgião, a médica Gisela Pitanguy disse que ele ficou feliz com a oportunidade de carregar a tocha.
"Ele saiu de lá muito feliz e depois assistiu à abertura dos Jogos. No dia seguinte, fez uma hemodiálise e depois não acordou", disse a filha. "Até o final, ele estava absolutamente lúcido e ativo. Ele acabou de terminar um livro técnico na Alemanha, era um esportista, foi nadador, tenista mergulhador."
Segundo Gisela, caberá ao seu filho, Antonio Paulo Pitanguy, a missão de dar continuidade ao trabalho do avô na Santa Casa.
Presente no velório, o governador interino do Rio, Francisco Dornelles disse que o cirurgião era uma pessoa "que só tinha grandeza".
"O Rio de Janeiro e o Brasil morrem um pouco com a morte do Pitanguy, uma pessoa que tem um trabalho fantástico na Santa Casa", afirmou o governador interino.
Secretária-geral da ABL, à qual Pitanguy pertencia desde 1990, Nélida Piñon afirmou que o cirurgião era uma das poucas pessoas que combinavam talento e generosidade.
"Era um homem genial que semeou a bondade. E era um homem de grande brasilidade, que poderia ter vivido no exterior, mas amou o Brasil como poucos. Se o Brasil tivesse um panteão, ele estaria sendo conduzido até lá hoje", disse.
Pitanguy passou mal no fim de 2015, num voo do exterior para o Brasil. Nesta ocasião, identificou um problema renal. A partir daí, o quadro foi se agravando e, há um mês, ele iniciou o tratamento com sessões de hemodiálise.
O empresário Helcius Pitanguy, filho do cirurgião, disse que, apesar dos problemas de saúde, o pai mantinha o otimismo.
"Eu lembro que ele me ligou, me pediu para levá-lo para a abertura [da Olimpíada]. Estava forte. Ele cultivou a alegria de viver até o último momento", disse Helcius.
Filho de um médico de Belo Horizonte, Ivo Hélcio Jardim de Campos Pitanguy nasceu na capital mineira em 5 de julho de 1923, mas só foi registrado pelos pais três anos depois.
Isso fez com que sua idade real fosse informada erroneamente em diversos momentos - o site oficial da ABL, por exemplo, registra seu nascimento em 1926.
O corpo do cirurgião seria cremado ainda neste domingo, às 18h, no mesmo cemitério em que foi velado. Com informações da Folhapress.