© Reuters / Kai Pfaffenbach
Lágrimas e gritos de "é campeão" tomaram a sala do Instituto Reação, na Cidade de Deus, dentro de uma unidade da Faculdade Estácio.
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Neste local, amigos, parentes e colegas de treino da judoca Rafaela Silva se reuniram para assistir a luta que rendeu a medalha de ouro para a brasileira.
Eles acompanharam a disputa em um telão e fizeram contagem regressiva nos últimos nove segundos da disputa.
O grupo ficou tenso durante todo o combate, inclusive com protestos contra o juiz.
"Ippon, ippon, ippon", gritaram, quando Rafaela aplicou um golpe. "Agora é só comemorar. A Rafaela mostrou para todo o mundo que é preciso acreditar nas pessoas. Acreditaram nela e hoje ela é medalha de ouro", disse a auxiliar de serviços gerais Cristiane Silva, 40, tia da atleta.
"A Rafaela já foi muito humilhada, sofreu com racismo e quis desistir", contou Cristiane.
A conquista do ouro encheu a Cidade de Deus de orgulho. Foi celebrada nas ruas da favela situada na zona oeste do Rio onde a atleta cresceu.
Os moradores gritaram e soltaram fogos de artifício para comemorar a vitória."Foi incrível. Soltaram foguete, a meninada saiu correndo pela rua, comemorando", diz a dona de casa Sônia Silva, 43, também tia de Rafaela.
A judoca iniciou no judô por meio do Instituto Reação e tornou-se campeã olímpica ainda treinando no projeto social.
"É até difícil mensurar o que essa conquista significa. Para as outras crianças será uma inspiração saber que alguém saiu do mesmo lugar que eles e ganhou o mundo", afirmou o auxiliar técnico Daniel Loureiro, 33, que participou da preparação de Rafaela.
Também professora no projeto, Daniele Ferreira, 28, conhece Rafaela desde que as duas começaram juntas a treinar no Instituto Reação.
"Fico lembrando de toda a trajetória dela, do quanto ela se transformou como pessoa e atleta. É uma alegria grande demais para todos nós, da comunidade", afirmou. Com informações da Folhapress.