© Peter Nicholls / Reuters
O Equador permitirá que procuradores suecos entrevistem o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, 45, em sua embaixada em Londres, onde ele está morando desde junho de 2012, informou nesta quinta-feira (11) o Ministério das Relações Exteriores do país sul-americano em comunicado.
PUB
Autoridades suecas querem interrogar Assange, que é australiano, por acusações de estupro em 2010. Ele nega as acusações e evitou uma possível extradição para a Suécia ao se refugiar na Embaixada do Equador em Londres. O suposto crime não expira até 2020.
"Nas próximas semanas, uma data será marcada para a audiência que será realizada na Embaixada do Equador no Reino Unido", informou o ministério equatoriano.
A porta-voz do Ministério Público da Suécia, Karin Rosander, afirmou à agência de notícias France Presse que um procurador do Equador estará a cargo do interrogatório, embora "a procuradora sueca Ingrid Isgren e um investigador da polícia participarão".
Através de seus advogados, Assange expressou satisfação com a notícia.
"A equipe de defesa de Assange dá as boas-vindas ao fato de estarem sendo dados os passos finalmente para tomar o depoimento do senhor Assange, algo que Assange solicitava à procuradoria sueca desde agosto de 2010", disseram seus advogados em um comunicado.
No final de maio, um tribunal sueco emitiu um mandado de prisão contra Assange, dizendo que a permanência na Embaixada do Equador em Londres não equivale a detenção.
Em fevereiro, a ONU pediu que o australiano fosse indenizado por Suécia e Reino Unido devido ao cerco imposto a Assange.
O CASO
O fundador do WikiLeaks é acusado de estuprar e abusar sexualmente de duas mulheres durante visita à Suécia em agosto de 2010, mas não foi acusado formalmente pelos dois delitos.
Em dezembro do mesmo ano, ele foi detido em Londres, após a Suécia pedir sua prisão preventiva. A partir daí, começou uma batalha judicial no Reino Unido que terminou com a decisão da Suprema Corte, em 30 de maio de 2012, por sua extradição.
Vinte dias depois e na iminência de ser extraditado, Assange pediu asilo ao Equador na capital britânica, concedido dois meses depois. Desde então, ele mora na embaixada porque não recebeu o salvo-conduto britânico para viajar ao país sul-americano.
A preocupação do fundador do WikiLeaks é que a extradição para a Suécia signifique seu envio aos Estados Unidos, onde seria julgado por um tribunal militar pelo vazamento de informações confidenciais. A Justiça sueca nega ter esta intenção.
Desde 2009, o WikiLeaks publicou cerca de 600 mil documentos do Departamento de Estado e das Forças Armadas americanas sobre assuntos como as guerras no Iraque e no Afeganistão e as relações diplomáticas com diversos países do mundo. Com informações da Folhapress.