© Marko Djurica/Reuters
O técnico da seleção feminina de basquete, Antônio Carlos Barbosa, culpou a falta de planejamento pela eliminação da equipe na primeira fase da Olimpíada do Rio, com quatro derrotas em quatro partidas.
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A seleção feminina foi derrotada pela França nesta quinta-feira (11), por 74 a 64, na Arena da Juventude, em Deodoro. Com isso, a equipe não tem mais chances de qualificação, mesmo que vença a Turquia no sábado (13).
Barbosa disse que faltou um pouco do lado emocional e tático para que a seleção conseguisse uma vitória, sobretudo contra as seleções da Austrália, Belarus e França. Ele afirmou que o time teria feito boas partidas.
"Não participei do ciclo olímpico. Faltou planejamento para que as jogadoras tivessem jogos internacionais e diminuísse essa diferença de nível do basquete interno e internacional", disse Barbosa, que assumiu em janeiro.Ele lembrou que o Brasil disputou uma longa sequência de campeonatos e amistosos internacionais antes da Olimpíada de Sidney, na Austrália, em 2000, quando o time chegou desacreditado e conquistou a medalha de bronze.
Desde que a seleção profissional conquistou a medalha em Sidney, conseguiu subir ao pódio em apenas dois mundiais de base. Segundo Barbosa, a seleção teve ainda cinco técnicos diferentes nos últimos nove anos.
"Se perdeu muito tempo do ciclo olímpico com uma política equivocada. Para que esse pouquinho [que faltou na Olimpíada do Rio] venha no caminho até Tóquio vamos depender de estruturação da seleção", disse o treinador.
Do time atual de basquete, as jogadoras mais experientes como Adrianinha, 37, e Iziane, 34, anunciaram aposentadoria. Mas Barbosa vê potencial em cinco a sete jogadoras para iniciar um ciclo olímpico até Tóquio-2020.
É o caso da ala Damiris, 23, que foi a cestinha da seleção na partida contra a França. Ela marcou 21 pontos e pegou quatro rebotes. Outra é Joice, 30. Elas deixaram a quadra aos pratos e não conversaram com a imprensa.
A ala Iziane disse que é preciso incentivar e ampliar o campeonato brasileiro de basquete feminino, que tem apenas seis equipes. Isso atrairia mais jovens ao basquete e o surgimento de mais talentos na modalidade.
"Precisamos realmente incentivar essa criança a voltar a praticar esporte. Porque só assim a gente vai conseguir selecionar talentos. É preciso de um trabalho de base no esporte", disse a Iziane, após a derrota.
A armadora Adrianinha disse que o momento do basquete feminino é "delicado" no país atualmente.
"Tivemos em dez anos sete ou oito técnicos. É preciso ter um trabalho como faz o Canadá, como faz a Argentina. É preciso ter um trabalho de longo prazo, começando pela base", disse Adrianinha.
Ela descartou, porém, que o lado emocional tenha pesado e que a torcida apoiou a seleção até o fim. Com informações da Folhapress.