Inelegível, Temer confessa o óbvio: 'não serei candidato em 2018'

O presidente interino disse que seu objetivo é 'consertar' as contas públicas

© Reuters

Política FICHA SUJA 19/08/16 POR Estadao Conteudo

O presidente em exercício Michel Temer afirmou em encontro com o senador José Aníbal (PSDB-SP) que o objetivo do governo é 'consertar' as contas públicas. Na reunião realizada no Palácio do Planalto na noite de terça-feira, Temer afirmou mais uma vez que não é candidato à reeleição em 2018 e disse que só deseja fazer um bom governo. O encontro foi uma espécie de "prévia" do jantar que o peemedebista ofereceu a tucanos na noite de quarta-feira no Palácio do Jaburu.

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Após ter sido condenado em maio pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por ter doado dinheiro a campanhas acima do limite legal em 2014, o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) se tornou ficha-suja e está inelegível pelos próximos oito anos

O senador José Aníbal tem vocalizado críticas dos tucanos às concessões feitas pelo governo interino no ajuste fiscal. Recentemente, em discurso da tribuna do Senado, o senador – suplente do chanceler José Serra – defendeu que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, seja inflexível e evite novas "bondades", como os reajustes aprovados no Congresso – com o aval do Planalto – para o Judiciário, o Tribunal de Contas e os Ministérios Públicos nos Estados, além das concessões feitas na renegociação das dívidas com os Estados.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Moreira Franco, secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), um dos mais próximos conselheiros de Temer, rebateu críticas dos tucanos a Meirelles. Segundo ele, não é "recomendável transformar o ministro da economia em vítima de manipulação eleitoral".

As declarações de Aníbal causaram desconforto no governo, levando o Planalto e o próprio Temer a agir. Reservadamente, integrantes do PSDB desconfiam que a falta de austeridade fiscal, com as concessões, seja um indicativo de que Temer ou mesmo o ministro da Fazenda podem ser candidatos a presidente da República daqui a dois anos. Apesar das cobranças por um maior rigor fiscal, as bancadas tucanas na Câmara e no Senado respaldaram as "bondades" do governo.

Na conversa, conforme relatos, Aníbal disse a Temer que há uma pressão de corporações por concessões em propostas que integram o ajuste fiscal, num momento em que o País conta com um grande contingente de desempregados. Temer reconheceu que o importante é somar forças para melhorar as contas e que tem todo o interesse em fazer uma boa gestão. A conversa não chegou a abordar a atuação de Meirelles na Fazenda. O encontro, segundo apurou a reportagem, se deu em clima de cordialidade. Com informações do Estadão Conteúdo.

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