© REUTERS/Marcos Brindicci
Neymar foi o destaque da seleção na conquista da inédita medalha de ouro. Autor do gol no tempo regulamentar e da cobrança final do pênalti da decisão, o jogador do Barcelona foi o escolhido pela CBF para comandar o time de dentro do campo.Para garantir a participação no torneio, o jogador e a CBF negociaram por meses a liberação com o clube catalão. O resultado deu certo.
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O atacante foi poupado do fiasco da Copa América Centenário, nos EUA, em junho, para participar dos Jogos do Rio. O Barcelona não era obrigado a liberar o atacante para a Olimpíada, pois o torneio não entra no calendário de datas da Fifa.
Para garantir sua participação, a CBF o liberou da Copa América e, assim, o clube catalão aceitou a participação do atleta no torneio.
Sem Neymar no torneio americano, a seleção foi eliminada na fase de grupos e Dunga perdeu o emprego.
Durante os Jogos, o técnico Rogério Micale fez constantes elogios ao atacante."O Neymar tem a consciência do que representa, não só para o Brasil, mas para o mundo como referência. As atitudes que ele tem demonstrado são um recado. Numa outra entrevista, falamos que tentaríamos falar com os pés, jogando futebol. E ele tem feito isso", afirmou Micale, que definiu o jogador de 24 anos como "monstro".
O treinador diz que o jogador é um dos mais obedientes taticamente. No esquema com quatro atacantes montado por Micale, todos praticamente participam da marcação.
"Ele tem se doado de maneira formidável. [Na goleada contra Honduras, por 6 a 0, na semifinal] Foi premiado com um gol aos 14 segundos, numa roubada de bola. No futebol brasileiro, em que se cobra tanto comprometimento, o jogo sem a bola...O Neymar é o maior expoente dessa geração", conta o técnico da seleção.
TIETADO POR COMPANHEIROS
Único astro da seleção no torneio olímpico, Neymar foi tietado até dentro da seleção. Vários jogadores aguardavam ansiosos pelo início dos treinos em Teresópolis para tirar uma foto com o craque do Barcelona.
Na Granja Comary, o volante Thiago Maia revelou que se emocionava ao ficar perto do atacante.
"Ainda sou meio tímido com o Neymar, fico tremendo quando chego perto", contou o volante santista, nascido em Roraima.
Apesar do final dourado, Neymar enfrentou dificuldades nos Jogos do Rio. Sem ritmo por ter voltado de férias, o jogador sofreu nas primeiras partidas.
Em Brasília, foi vaiado no empate contra o Irã, o segundo da seleção no torneio. A partir daí, desencantou.
Mesmo assim, o atacante não digeriu bem as críticas e evitou contato com a imprensa. Desde que o torneio começou, ele não participou de nenhuma entrevista coletiva.
Agora, com a medalha no peito, Neymar respondeu. "Agora, vão ter que me engolir", afirmou à TV Globo após a vitória nos pênaltis. Com informações da Folhapress.