© Reuters / Ueslei Marcelino
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, disse ter ficado surpreso com o apoio manifestado por integrantes do PMDB ao projeto que aumenta o salário dos magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), do Ministério Público Federal (MPF) e da Defensoria Pública da União (DPU). As informações são do Blog do Josias, do UOL.
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Em reunião recente com o presidente interino Michel Temer, os tucanos teriam concordado com a priorização do ajuste fiscal. "O PSDB quer continuar apoiando o governo, mas esse apoio depende do presidente Michel", disse Aécio, em entrevista ao site.
"Acredito que o presidente saiba, até por sua experiência, que não há mais tempo para sinais ambíguos. Hoje, infelizmente, tivemos a reedição daquilo que nós achávamos superado. A minha expectativa é que, após receber a Presidência da República definitivamente, o Michel consiga liderar sua base de apoio na direção da saída do abismo. É o que esperamos. Todo o resto dependerá disso", declarou.
A discussão sobre o reajuste dos magistrados gerou atrito entre os partidos na Comissão de Assunto Econômicos (CAE) nesta terça-feira (23). Os tucanos se posicionaram contra a elevação de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil dos subsídios devido ao momento econômico que o país passa.
"Estou muito preocupado", disse Aécio. "Nossos alertas são o que eu chamaria de grito mais eloquente em favor do governo. Mas não temos sido ouvidos". O tucano nega que a movimentação tenha vista as eleições de 2018.
"Estamos nos esforçando para dar uma contribuição para que o governo dê certo. Não há outra forma de dar certo senão promovendo o equilíbrio das contas públicas. Isso é pré-condição para retomar o emprego, o crescimento do país. Não tem mágica nisso. Nossa conversa com o Michel foi de absoluta lealdade com o Brasil. Não está em questão 2018. Se o governo der certo, seremos sócios desse sucesso. Lá na frente, cada um vê o que vai fazer", comentou.
Aécio teve reunião com a bancada federal do PSDB nesta terça. Segundo ele, as lideranças do partido teriam voltado a manifestar apoio ao ajuste fiscal e rejeição pelo aumento dos salários dos ministros.