© Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) recorreu da multa de R$ 1 milhão dada pelo Banco Central. O parlamentar contesta um relatório da autoridade monetária, que concluiu que ele escondeu dinheiro no exterior, de acordo com fontes do governo ouvidas pelo Globo. O pedido de revisão será julgado no Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), no entanto, como foi feito recentemente, não entrou na pauta da próxima sessão, marcada para quinta-feira (25).
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O Banco Central, em sue parecer, diz que Cunha e sua mulher mantiveram contas não declaradas fora do Brasil entre 2007 e 2014. O documento foi encaminhado em junho para a Procuradoria-Geral da República, o juiz Sérgio Moro, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Para BC, o peemedebista movimentou dinheiro no exterior de 2007 a 2014 e as contas de Claudia foram mantidas entre 2009 e 2011. A jornalista também foi flagrada pelo departamento de fiscalização da autoridade monetária com recursos não declarados e terá de arcar com uma multa de R$ 132.486,55.
Assim que o relatório se tornou público, Eduardo Cunha avisou que recorreria. Por meio de sua assessoria, ele disse na época que o relatório do BC era uma arma política e que o autor da peça era uma pessoa da confiança do então governo Dilma Rousseff, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
Cunha aparece como beneficiário de três trusts: Orion, Triumph e Netherton. No ano passado, ele argumentou que apenas era usufrutuário do dinheiro que pertencia a essas contas. Para a autoridade monetária, mesmo que fosse beneficiário, é necessário fazer a declaração de qualquer dinheiro acima de US$ 100 mil que esteja no exterior.