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A forte pressão da Igreja católica em torno do projeto do governo mexicano de uma reforma constitucional que legalize as uniões homossexuais surtiu efeito. De olho nas eleições, a legenda governista Partido Revolucionário Institucional (PRI) decidiu adiar de forma indefinida a discussão do tema no Congresso.
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Com medo de cair ainda mais nas pesquisas de intenção de voto, o partido deu marcha ré na proposta anunciada pelo presidente Enrique Peña Nieto em maio.
O líder da bancada governista no Senado, Emilio Gamboa, alegou que "o tema não gera consenso" no Congresso e que "não é prioridade" para o grupo parlamentar, "nem tão pouco para o país".
Atualmente, o casamento homossexual é permitido apenas em alguns estados, como Quintana Roo, Coahuila e Morelos, e na capital. Na época do anúncio, a Igreja católica classificou como "destrutiva e imoral" a proposta, que ainda pede uma mudança constitucional para que os casais gays possam adotar crianças. Em 10 de setembro, por exemplo, foram convocadas marchas em toda a capital para defender o "casamento natural". Outras manifestações similares estão programadas para os dias seguintes.
Em novembro, o PRI sofreu um forte revés nas eleições regionais. A legenda governista perdeu em sete dos 12 estados em disputa, sendo que antes governava em nove deles. Seu rival o Partido da Ação Nacional (PAN), de direita, por sua vez, venceu pela primeira vez em quase 90 anos em locais como Tamaulipas, Quintana Roo e Veracruz, antigos redutos eleitorais do PRI. Especialistas consideram esta a pior derrota do partido há anos, que antes governava 21 estados e agora administrará 15. Além disso, a legenda sofre com a forte queda de popularidade do presidente. Os sinais alertaram para uma possível derrota no pleito de 2018. (ANSA)