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Não é novidade que o cigarro prejudica a saúde de quem fuma e de quem está ao redor, o chamado fumante passivo. Porém, quando se trata de uma gestante, as consequências são ainda mais graves, podendo causar danos irreversíveis ao feto, que serão notados mesmo ao longo da vida da criança.
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Segundo o ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis, Dr. Renato de Oliveira, não existe nenhum nível seguro para a exposição ao cigarro. “Quando a grávida fuma um cigarro, em apenas uma tragada, mais de quatro mil substâncias tóxicas chegam até os seus pulmões e são liberados para a corrente sanguínea. O coração bombeia o sangue para todo o corpo da mãe e do feto, inclusive. A placenta, por sua vez, não consegue impedir a passagem dessas substâncias. Além disso, tal processo também impede a passagem de alguns nutrientes através da placenta e como resultado pode ocorrer uma série de problemas para a saúde do feto”.
O especialista ainda acrescenta que os riscos, entretanto, não decorrem somente do hábito de fumar da mãe. “Mesmo fumando passivamente, a grávida corre sérios riscos de ter um aborto espontâneo, de dar à luz antes da hora, do bebê nascer com baixo peso e altura, com riscos de má formação e complicações cardíacas.
É importante que a grávida não tenha vergonha de sair de perto de um fumante ou pedir para que ele apague o cigarro, uma vez que é prejudicial não só para as crianças em todas as fases da vida, mas também para os adultos. Por isto, a recomendação é parar de fumar”, indica o especialista.
FERTILIDADE
Engana-se, no entanto, quem imagina que o cigarro possa causar danos futuros somente durante ou após a gravidez. Para quem pretende ser mãe, ele também é um grande vilão. “A fumaça do cigarro é uma mistura de diversos produtos químicos, dos quais mais de 60 são conhecidos ou suspeitos de atuarem como agentes cancerígenos ou tóxicos para a reprodução”.
Dr. Renato ainda ressalta que o fumo interfere nas chances de sucesso de uma reprodução assistida: “o tabagismo é um perigo à fertilidade, pois associa-se ao envelhecimento prematuro do sistema reprodutivo, o que interfere no desenvolvimento embrionário e, consequentemente, reduz a taxa de gravidez”.
Para as mulheres que tem o sonho da maternidade, é recomendável começar o tratamento contra o tabagismo antes da gravidez. “É aconselhável deixar o fumo seis meses antes de engravidar, mas o ideal seria um ano. Não adianta voltar a fumar logo depois que o bebê nasce, pois a exposição da criança aos malefícios do cigarro, principalmente durante o período de amamentação e nos seus primeiros meses de vida, podem causar danos irreparáveis para a saúde do bebê.
Caso o pai também fume, é muito importante que este processo seja realizado a dois. Diversos estudos demonstram que há mais recaídas, sobretudo após o nascimento da criança, no caso das mães cujos cônjuges continuam a fumar”, finaliza.