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Nos bastidores do mundo político de Brasília se comenta que aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) encontraram a presidente afastada Dilma Rousseff para lhe apresentar uma estratégia que poderia ser posta em prática na sua ida ao plenário na segunda-feira (29), 24h antes do desfecho do processo.
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Os termos do acordo chegaram a ser detalhados, de acordo com o Blog do Vicente, co Correio Braziliense.
A proposta seria que ela, durante seu fala no plenário do Senado, anunciasse a renúncia do cargo de presidente da República. Com o gesto da petista, caciques de partidos mais próximos tentariam evitar a soma de 54 votos pelo impeachment na terça (30), dia agendado para a votação.
Na avaliação de parte dos aliados da presidente, a renúncia seria — ao contrário do que a própria petista considerava — uma saída honrosa que, na pior das hipóteses, garantiria a manutenção dos direitos políticos, se o processo do impedimento fosse derrubado no plenário. Um dos argumentos era de que, no futuro, Dilma pudesse sair do PT, buscar filiação no PDT e até mesmo voltar a se candidatar em 2018. Interlocutores de Renan chegaram a discutir uma disputa ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
Recentemente, os aliados de Dilma assistiram a cúpula petista buscar distância do processo de impeachment, e Executiva do PT recusar, por 14 votos a dois, o enterro da proposta de Dilma de realizar um plebiscito de novas eleições. O martelo batido por Rui Falcão, presidente da legenda, selou de maneira deselegante a relação tempestuosa entre os dois.
Lembra-se que Dilma é originária do PDT, e nunca teve uma convivência pacífica com os petistas. Em seu primeiro ano do mandato, ainda em 2011, a imagem de “faxineira” passou a ser vinculada à da presidente, hoje afastada, por ela ter tirado do ministério parte da tropa indicada por seu padrinho político, Lula. Os movimentos irritaram a cúpula do partido, que chegou a considerar que Dilma jogava contra o ex-presidente.
Além do seu fiel escudeiro, José Eduardo Cardozo, Dilma se cercou de pessoas que nunca foram caíram nas graças de integrantes do partido, como Aloizio Mercadante e Kátia Abreu.
O apoio público à presidente deu-se mais por uma simples tentativa de manutenção dos cargos na Esplanada dos Ministérios do que afinidade política. A tentativa de negociação com Dilma sobre a possibilidade de renúncia foi logo interrompida com a negativa da presidente à proposta.