© Reuters / Ueslei Marcelino
O governo interino de Michel Temer aguardava um discurso "mais emotivo" e "menos repetitivo" da presidente afastada, Dilma Rousseff, no plenário do Senado Federal nesta segunda-feira (29).
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A avaliação feita no Palácio do Jaburu, após a fala inicial da petista, foi a de que ela adotou poucos recursos emocionais, que poderiam conseguir votos de indecisos, e repetiu a retórica política dos últimos meses, sem trazer elementos novos com potencial de reverter apoios na fase final.
O entorno do peemedebista se irritou com as acusações feitas pela petista de que o governo interino é um "usurpador", mas a ordem no Palácio do Planalto é não rebatê-la publicamente para criar uma polarização política que dê mais espaço ao discurso da presidente afastada.
O presidente interino assiste ao desempenho da petista acompanhado dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria do Governo) na residência oficial.
Na tentativa de passar a mensagem pública de que o governo interino não ficou preocupado e não está paralisado com o processo de impeachment, o peemedebista receberá no início da tarde medalhistas olímpicos, no Palácio do Planalto.
Ele, no entanto, adiou cerimônia marcada para as 16h para ratificação do acordo climático de Paris, que foi remarcada para 12 de setembro, mesmo dia que deve ser realizada votação no plenário da Câmara dos Deputados da cassação do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Com a investida de última hora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre senadores que prometeram votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff, o presidente interino entrou em campo no final de semana para evitar que o petista tenha sucesso na sua estratégia derradeira.
O peemedebista entrou em contato com os senadores do Maranhão que foram procurados por Lula neste fim de semana e ouviu deles que vão manter seus votos a favor do afastamento de Dilma.
O peemedebista conversou diretamente com os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Roberto Rocha (PSB-MA) para garantir que eles não vão mudar de voto de última hora. Com informações da Folhapress.