Como presidente, Temer não pode ser investigado por atos fora do mandato

Agora, ele não pode ser alvo de investigação penal até o fim do seu mandato, a não ser que cometa crime no exercício das funções

© Reuters

Política constituição 31/08/16 POR Estadao Conteudo

A efetivação de Michel Temer como presidente da República traz consequências jurídicas para o peemedebista: a partir de agora, ele não pode ser alvo de investigação penal até o fim do seu mandato, a não ser que cometa crime no exercício das funções.

PUB

Por uma interpretação de dispositivo da Constituição, o presidente da República não pode ser investigado por atos estranhos ao exercício da função durante a vigência do mandato. Ou seja, enquanto estiver à frente do Palácio do Planalto, Temer só pode ser investigado se houver suspeita de crime em atividade relacionada às suas funções como presidente. Eventual apuração só pode ser feita após o fim do mandato.

A impossibilidade de investigação é uma crítica de petistas no curso do processo de impeachment. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) tem defendido que a destituição de Dilma servirá como uma "blindagem" para o presidente da República, Michel Temer.

"É importante que cada senador aqui saiba: se a gente afasta a presidente Dilma, o Temer está blindado, não pode ser investigado. Isso está na nossa Constituição. E eu digo mais: ele também é presidente do PMDB. Têm várias acusações ao PMDB. Ele está blindando investigações também do seu partido. Todo mundo tem que ser investigado, PT, PSDB, PMDB. Agora, na votação disso aqui hoje, nós estamos blindando um presidente que já foi citado várias vezes e que tem que ser investigado", disse o petista, em sessão na semana passada.

Lava Jato

O nome de Temer já foi mencionado em delações premiadas da Operação Lava Jato. O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado chegou a dizer que o peemedebista esteve envolvido em um pedido de recursos ilícitos para a campanha de Gabriel Chalita (à época no PMDB) à Prefeitura de São Paulo em 2012.

O ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) também mencionou o nome de Temer em delação premiada. Delcídio falou que o peemedebista teria "apadrinhado" dois investigados na Operação Lava Jato à BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, e à própria estatal. Todas as menções não se referem a atos relativos ao exercício da presidência da República.

Dilma

Em março de 2015, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu não investigar a então presidente Dilma Rousseff apesar da menção ao nome dela por um dos delatores da Lava Jato. Na ocasião, Janot destacou que não seria possível investigar a presidente por atos estranhos ao exercício da função.

Dilma virou alvo de um pedido de abertura de inquérito em maio de 2016, no entanto, por práticas relacionadas à Presidência. Janot entendeu que há uma "trama" que indica tentativa de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato e envolvem Dilma. Com informações do Estadão Conteúdo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Rio Grande do Sul Há 17 Horas

Avião cai em Gramado; governador diz que não há sobreviventes

mundo EUA Há 20 Horas

Professora que engravidou de aluno de 12 anos é condenada

fama GUSTTAVO-LIMA Há 23 Horas

Gusttavo Lima é hospitalizado, cancela show no festival Villa Mix e fãs se revoltam

fama WILLIAM-BONNER Há 20 Horas

William Bonner quebra o braço e fica de fora do Jornal Nacional no fim do ano

lifestyle Smartphone Há 21 Horas

Problemas de saúde que estão sendo causados pelo uso do celular

fama Pedro Leonardo Há 22 Horas

Por onde anda Pedro, filho do cantor Leonardo

brasil BR-116 Há 21 Horas

Acidente com ônibus, carreta e carro deixa 38 mortos em Minas Gerais

esporte FUTEBOL-RIVER PLATE Há 21 Horas

Quatro jogadoras do River Plate são presas em flagrante por racismo

fama Vanessa Carvalho Há 21 Horas

Influenciadora se pronuncia após ser acusada de trair marido tetraplégico

mundo Síria Há 23 Horas

'Villa' luxuosa escondia fábrica da 'cocaína dos pobres' ligada a Assad