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O governo turco afastou mais 820 militares, dos quais 648 estão detidos. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (1º) pela agência de notícias estatal Anadolu. Uma televisão turca anunciou, no mesmo dia, que 543 juízes e promotores foram afastados.
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A Turquia tem promovido durante as últimas semanas um extenso expurgo em setores como o Exército, o Judiciário e a imprensa, motivado por uma tentativa de golpe de Estado frustrada em 15 de julho, em que mais de 240 pessoas foram mortas.
Segundo os números oficiais, já houve 4.451 afastamentos de militares, incluindo 151 generais. Em 17 de agosto, o governo estimava mais de 40 mil presos, dos quais 20 mil permaneciam detidos.
Há aproximadamente 80 mil funcionários públicos suspensos de suas funções.Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, culpa o clérigo Fetullah Gülen pela tentativa de golpe. Gülen, antigo rival de Erdogan e hoje exilado nos Estados Unidos, nega participação. A Turquia pede sua extradição.
Os afastamentos e as detenções têm resultado em ampla crítica internacional ao governo turco. Há crescente atrito com os Estados Unidos, pela negativa de extraditar Gülen, e com a União Europeia, pela recusa em facilitar o visto a turcos.Martin Schulz, chefe do Parlamento Europeu, afirmou nesta quinta que a Turquia precisa modificar sua lei de combate ao terrorismo para poder receber a isenção de visto desejada.
Em visita à Turquia, Schulz reuniu-se com Erdogan e Binali Yildirim, premiê turco. Foi uma das visitas de mais alto escalão ao país desde a tentativa de golpe.As condições impostas por governos europeus incomodam a Turquia, que acredita já ter cedido demais, incluindo no acordo com a União Europeia para reduzir o fluxo de refugiados rumo ao bloco.
O governo turco afirma que sua legislação de combate ao terrorismo é necessária, dado o contexto do país, que simultaneamente enfrenta ameaças do Estado Islâmico e de milícias curdas.
Angela Merkel, premiê da Alemanha, afirmou nesta quinta que irá reunir-se com os líderes da França, da Itália e da Turquia durante a cúpula do G20 na China para discutir a crise da migração. Com informações da Folhapress.