Dólar e Bolsa sobem; mercado espera dados de emprego nos EUA

"O impeachment passou, mas os investidores estão à espera de novos sinais e medidas do governo Temer", avalia a equipe de análise da Guide Investimentos, em relatório

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Economia Investidores 01/09/16 POR Noticias ao Minuto

Os mercados operaram sem direção definida nesta quinta-feira (1º). Os investidores estão à espera dos dados de emprego nos EUA em agosto, que saem nesta sexta-feira (2), para calibrar as apostas sobre quando haverá um aumento dos juros americanos.

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A média das estimativas de analistas aponta para a criação de 180 mil vagas no mês passado. Um número muito acima das projeções pode aumentar a chance de elevação dos juros americanos na próxima reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), no próximo dia 21.

O dólar teve comportamento misto frente às principais moedas, depois que o indicador da atividade manufatureira nos EUA caiu em agosto, pela primeira vez em seis meses, para 49,4 pontos, abaixo dos 52,6 de julho. A média das projeções de analistas era de que o indicador ficasse em 52. O dado abaixo de 50 sinaliza contração nos próximos meses, o que pressionou a Bolsa americana ao longo da sessão e enfraqueceu o dólar.

A moeda americana, no entanto, subiu ante o real. O Ibovespa também avançou, recuperando-se da forte queda da véspera.

Também predomina a cautela no campo político. "O impeachment passou, mas os investidores estão à espera de novos sinais e medidas do governo Temer", avalia a equipe de análise da Guide Investimentos, em relatório.

A capacidade do governo Temer para aprovar o ajuste fiscal no Congresso preocupa o mercado. "A arestas entre DEM, PSDB e governo têm que ser aparadas. Esse movimento deve ser sentido a partir da semana que vem, mas fica o sinal amarelo ligado", escrevem analistas da Lerosa Investimentos.

CÂMBIO E JUROS

O dólar à vista fechou em alta de 0,16%, a R$ 3,2398; o dólar comercial ganhou 0,58%, a R$ 3,2500.

Segundo analistas, além da cautela externa e interna, a queda do petróleo pressionou as moedas de países emergentes, como o Brasil.

O BC leiloou pela manhã 10.000 contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 500 milhões.

O mercado de juros futuros, entretanto, terminou em baixa. O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve nesta quarta-feira (31) a taxa Selic em 14,25% ao ano. Ao contrário do que vinha acontecendo nos últimos meses, o órgão não disse, no comunicado divulgado após a decisão, que não há espaço para corte de juros, elevando a percepção do mercado de uma redução da taxa ainda neste ano.

"O comitê manteve a Selic ontem [quarta-feira] em 14,25%, mas com alguma sinalização de que eventual corte em outubro é possível", escrevem os economistas José Francisco de Lima Gonçalves e Julia Araújo, do Banco Fator.

O contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 14,020% para 13,965%; o contrato de DI para janeiro de 2018 recuou de 12,780% para 12,600%; e o contrato de DI para janeiro de 2021 cedeu de 12,040% para 11,970%.

O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, subia 0,46%, aos 260,801 pontos.

BOLSA

O Ibovespa fechou em alta de 0,58%, aos 58.236,27 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,77 bilhões.

As ações da Petrobras subiram 1,16%, a R$ 13,00 (PN), e 0,88%, a R$ 14,87 (ON), apesar da queda de quase 3% do petróleo no mercado internacional. A commodity recuou pela quarta sessão seguida por causa das preocupações em relação ao excesso de oferta.

Segundo operadores, a recomendação de compra das ações da Petrobras por um banco e as perspectivas melhores para a companhia ajudaram os papéis da estatal.

Os papéis da Vale avançaram 2,97%, a R$ 14,90 (PNA), e 2,95%, a R$ 17,44 (ON).

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 1,00%; Bradesco PN, -0,99%; Bradesco ON, +0,24%; Banco do Brasil ON, -1,50%; Santander unit, +0,08%; e BM&FBovespa ON, -3,07%.

EXTERIOR

Em Nova York, o índice acionário S&P 500 fechou estável; o Dow Jones subiu 0,10%; e o Nasdaq, +0,27%.

Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em baixa de 0,52%; Paris, +0,03%. Frankfurt, -0,55%; Madri, +0,53%; e Milão, -0,12%.

Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve perda de 0,79%. O índice de Xangai ganhou 0,73%. Com informações da Folhapress.Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 0,23%.

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