© Sergio Amaral / STJ
A nova presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Laurita Vaz, disse nesta quinta-feira, 1, que "ninguém aguenta mais tanta impunidade" no Brasil. Laurita integra o STJ desde 2001, quando se tornou a primeira mulher oriunda do Ministério Público a fazer parte do tribunal.
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"O País nesse momento luta para se restabelecer e precisa de respostas firmes ao incontáveis desmandos revelados. A população exige uma reação imediata e proporcional, ninguém aguenta mais tanta desfaçatez, tanto desmando, tanta impunidade", discursou a presidente do STJ.
Os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), o presidente da República em exercício, Rodrigo Maia (DEM), e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, foram algumas das autoridades que compareceram à solenidade no STJ.
"A corrupção é um câncer, retira a comida dos pratos das famílias, compromete o desenvolvimento do País, esvazia os bancos escolares. O STJ trabalhará unido e revigorado para prestar uma jurisdição isenta. Minha administração será firme, transparente", prosseguiu Laurita, sob aplausos do público.
Laurita Vaz sucede a Francisco Falcão, citado em delação premiada do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS). Segundo Delcídio, Falcão negociou a indicação de um novo ministro no tribunal para interferir no julgamento de casos da Operação Lava Jato.
"Quero trabalhar nesse tribunal buscando harmonia, precisando lapidar algumas arestas e realinhar esforços para que o trabalho não seja prejudicado por divergências menores", afirmou Laurita, destacando que pretende combater o número excessivo de processos que sobrecarregam a Corte.
"O STJ não pode mais se prestar a julgar casos e mais casos indiscriminadamente, como se fora uma terceira instância revisora. Não é essa a missão constitucional do tribunal", frisou a nova presidente.
Faxina ética
Uma das autoridades convidadas para discursar na solenidade, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, disse que o País passa por uma "faxina ética com intensa participação popular".
"Os males da democracia só se curam com a própria democracia, dentro da lei e da ordem", discursou Lamachia. "O que nos anima é constatar que o Brasil, marcado por tantas disparidades, sai sempre maior da crise. E é nessas crises que se exerce um poder pedagógico contribuímos para aumentar o grau de politização do brasileiro", prosseguiu Lamachia.
Especialista em direito penal e direito agrário, Laurita Vaz formou-se na Unidade Católica de Goiás. Depois, foi ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e corregedora-geral da Justiça Eleitoral. Com informações do Estadão Conteúdo.