Aliados de Cunha querem mesmo benefício concedido a Dilma

A intenção é abrandar a pena, aprovando uma emenda para apenas suspender o mandato do deputado afastado por um período ou para manter os seus direitos políticos

© Agência Brasil / Marcelo Camargo

Política Manobra 02/09/16 POR Notícias Ao Minuto

A divisão da votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT) no Senado será usada por aliados de Eduardo Cunha (PMDB). Carlos Marun (PMDB-MS) e Paulinho da Força (SD-SP), dois dos mais próximos aliados do peemedebista fizeram a afirmação nesta quinta-feira (1º), e querem tentar reduzir a punição do ex-presidente da Câmara.

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Segundo o jornal Folha de S. Paulo, os aliados dizem que defenderão a tese de que o mesmo rito que beneficiou a petista deve ser usado na votação do processo de cassação de Cunha, agendado para o dia 12 de setembro.

Mesmo que haja grandes diferenças legais e de tramitação entre um processo de impedimento de um presidente da República e um processo de cassação do mandato de um parlamentar, Marun e Paulinho vão insistir na tese de que possa haver mais de uma votação, não somente a da perda de mandato.

A intenção é abrandar a pena, aprovando uma emenda para apenas suspender o mandato de Cunha por um período ou para manter os seus direitos políticos, possibilitando-o, assim, para tentar recuperar o mandato nas eleições de 2018.

Um dos argumentos é o de que o fatiamento da decisão do impeachment foi amparado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que presidiu a última fase do processo. O objetivo é apresentar uma emenda durante a votação, à semelhança do que ocorre na análise de projetos de lei.

Eduardo Cunha corre o risco de perder o mandato sob a acusação de ter omitido a existência de contas suas no exterior. O deputado afastado é um dos principais acusados de integrar o esquema de corrupção na Petrobras.

Além deste plano, os aliados de Cunha seguem trabalhando para esvaziar ao máximo a sessão do dia 12. Quanto mais ausências ou abstenções, melhor para o deputado, já que ele só terá o mandato cassado caso haja o voto nesse sentido de pelo menos 257 de seus 512 colegas.

A data cai numa segunda-feira, dia de baixa presença na Casa. A proximidade das eleições municipais também contribui para esvaziar a sessão.

Uma última estratégia é a de tentar empurrar a sessão para a semana seguinte (dia 19) ou para novembro, após as eleições municipais. Os aliados do peemedebista acreditam que fechadas as urnas, os deputados que têm interesses eleitorais nesta disputa ficariam mais confortáveis para livrar Cunha da punição.

Leia também: Temer endurece tom em primeira reunião e desagrada peemedebistas

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