Presidente do BC japonês descarta redução de estímulos monetários

Haruhiko Kuroda reconheceu as desvantagens da política de juros negativos adotada pelo banco central japonês no primeiro semestre

© Divulgação

Economia cautela 05/09/16 POR Estadao Conteudo

O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, reconheceu hoje as desvantagens da política de juros negativos adotada pelo banco central japonês no primeiro semestre, sugerindo que será cauteloso em relação a novos possíveis cortes de juros.

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Kuroda, que falou durante seminário em Tóquio, disse que taxas negativas afetam particularmente os lucros de instituições financeiras, enquanto os baixos rendimentos de bônus de longo prazo prejudicam outras empresas, ao forçá-las a fazer mais provisões.

Segundo Kuroda, o BoJ precisa levar em consideração "que tais desdobramentos podem afetam a confiança do público, ao causar preocupações com a sustentabilidade da função financeira de forma ampla, prejudicando, assim, a atividade econômica".

Por outro lado, Kuroda descartou a possibilidade de reduzir as medidas de estímulo monetário que vem implementando há mais de três anos. "Uma redução no nível da acomodação da política monetária, que está sendo pedida por alguns participantes do mercado, não será considerada" durante a reavaliação em andamento da política do BoJ, afirmou ele.

Em fevereiro, o BoJ adotou uma taxa de -0,1% para certos tipos de depósitos feitos por bancos comerciais no BC japonês. Nos meses seguintes, os juros de todos os bônus do governo (conhecidos como JGBs), incluindo papéis com vencimentos de 30 anos ou 40 anos, caíram acentuadamente.

O juro negativo, que o BoJ nunca havia adotado antes, atraiu fortes críticas do setor financeiro, em especial de bancos, que temem por sua lucratividade.

Em sua próxima reunião de política monetária, nos dias 20 e 21 de setembro, o BoJ deverá apresentar o resultado de uma "abrangente reavaliação" das medidas que vem utilizando para combater o risco de deflação e reavivar a economia japonesas nos últimos três anos e meio. Fonte: Dow Jones Newswires.

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