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Países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e de fora do grupo devem se reunir em breve para discutir um limite à produção da commodity para impulsionar os preços. Muitos analistas do mercado, porém, esperam que a reunião se resuma a muitas conversas, sem nenhuma ação.
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Analistas mantiveram suas projeções para o preço em grande medida inalteradas, em um ambiente de excesso de oferta e preços contidos. Autoridades da Opep se reúnem para discutir um eventual corte em sua produção, mas há grandes diferenças entre os membros, o que é um importante obstáculo para um acordo.
Uma pesquisa com 12 bancos de investimento feita pelo Wall Street Journal mostra que o preço do Brent deve ficar em média em US$ 57 o barril no próximo ano, alta de menos de 1 dólar na comparação com a sondagem do mês passado. Os bancos esperam que o WTI fique em média em US$ 55 o barril em 2017, como na pesquisa anterior.
Executivos de petroleiras reunidos nesta semana em Cingapura fizeram projeções otimistas sobre um possível reequilíbrio no mercado. As projeções dos analistas, contudo, mostram um duradouro ceticismo sobre as chances de uma melhora em breve.
Os preços do petróleo lutam para manter-se acima da marca de US$ 50 o barril nos últimos meses. Analistas dizem que um aumento na atividade nos EUA pode interromper o declínio na produção de xisto, que segundo muitos ajudaria a mudar o quadro de excesso de oferta.
"Eu não vejo uma justificativa crucial para preços acima de US$ 50" o barril, disse Hamza Khan, diretor de estratégia para commodities do ING Bank. Khan prevê preços na casa dos US$ 40 o barril neste ano e no próximo.
Uma reunião de países produtores ocorrerá nos intervalos de uma conferência de energia na Argélia, que começa dia 26. Para muitos, não haverá acordo, como ocorreu em abril em Doha. "Está muito claro que os produtores estão concentrados em produzir o máximo que podem", disse Khan.
Os preços chegaram a subir fortemente nesta semana após a Arábia Saudita e a Rússia anunciarem um acordo de cooperação, mas o mercado logo perdeu força diante do fato de que os países não se comprometeram a limitar a produção. A produção russa está perto da máxima desde o fim da União Soviética e a Arábia Saudita atingiu produção recorde em julho.
Um importante obstáculo para um acordo para congelar a produção continua a ser o Irã, que deseja elevar a produção após perder fatia de mercado depois de anos de sanções internacionais. Na semana passada, o J.P. Morgan reduziu as chances de um acordo para limitar a produção para 10%, de estimativa anterior de 35%. Com informações do Estadão Conteúdo.