Governo admite erro ao menosprezar protestos de 7 de Setembro

Logo após o desfile, o ministro Eliseu Padilha disse que as vaias e gritos de "Fora Temer" vieram de um grupo de 18 pessoas num público de mais 18 mil

© Reuters

Política recuo 08/09/16 POR Folhapress

O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) admitiu à reportagem que foi um erro do governo minimizar os protestos ocorridos no Sete de Setembro, tanto no desfile em Brasília como na cerimônia de abertura da Paraolimpíada do Rio. "Quero fazer um mea culpa, todo protesto deve ser respeitado, é algo natural da democracia e assim deve ser tratado", afirmou Padilha.

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Na quarta-feira (7), logo após o desfile de Setembro, Padilha disse que as vaias e gritos de "Fora Temer" vieram de um grupo de 18 pessoas num público de mais 18 mil que assistiram ao desfile em Brasília. "Quando começou o barulho, vindo das arquibancadas, era de um grupo pequeno, mas temos de respeitar qualquer tipo de protesto", afirmou.

O governo quer evitar minimizar publicamente as manifestações contra o presidente Temer por avaliar que este comportamento acaba estimulando que mais pessoas participem deste tipo de protesto. Essa era a orientação para o Sete de Setembro, mas que acabou não sendo seguida.

O ministro da Casa Civil afirmou que o governo vai buscar separar a "luta política dos protestos das manifestações que têm uma pauta de reivindicações". Segundo ele, quando for simplesmente uma "luta política" de grupos contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, não há o que fazer e a expectativa é que os partidos governistas respondam a estas manifestações.

"Mas quando for protesto com uma pauta de reivindicação, como a reforma agrária, vamos chamar estas pessoas para conversar no Palácio do Planalto, ouvi-los e buscar uma negociação", afirmou Padilha.

Ele citou como exemplo a conversa que teve no início da semana com representantes de movimentos de sem terra. "Ficamos mais de três horas conversando com estas lideranças, do grito dos excluídos, e acertamos um encaminhamento de negociação", disse o ministro.

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