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O pedido de boicote ao longa “Aquarius” proferido pelo colunista da Veja, Reinaldo Azevedo, foi, ironicamente, no cartaz de divulgação do filme.
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A frase “O dever das pessoas de bem é boicotar ‘Aquarius’” foi usada como forma de atrair parte do público-alvo que os produtores pretendem. A produção pinçou o trecho de um dos textos de Azevedo, publicado em seu blog no site da revista “Veja”, e a reproduziu em meio a três críticas elogiosas.
“A ironia é um instrumento muito importante”, disse o diretor Kleber Mendonça Filho ao jornal Folha de S.Paulo. “Reinaldo tem uma linha distante do que a gente acredita, do ponto de vista de sociedade e democracia. O chamado dele para boicote é uma grande coisa.”
Em maio, a equipe do filme fez um ato anti-impeachment no Festival de Cannes. O ato foi suficiente para Azevedo escrever que “as pessoas com vergonha na cara e amor à verdade” não deveriam assistir à produção, de acordo com o Pragmatismo Político.
Kleber aproveitou para lembrar que o mesmo tipo de chiste irônico já foi usado antes no meio cinematográfico: um pôster de “Estrada Perdida” (1997), de David Lynch, estampava orgulhosamente os famosos “dois polegares para baixo” dos críticos americanos Gene Siskel e Roger Ebert.
“Achei que Reinaldo poderia ver como senso de humor”, afirmou o cineasta.
O colunista, porém, não ficou contente. “O cara está tentando me usar”, disse Reinaldo, que chamou o diretor de ‘petralha’.