Acrônimo investiga propina da Odebrecht por dinheiro do BNDES

Segundo a reportagem apurou, a empresa de fachada e com apenas dois funcionários movimentou R$ 7,6 milhões somente em contratos de prestação de serviços para a Odebrecht

© Reuters

Política Empreiteira 15/09/16 POR Folhapress

A 8ª fase da Operação Acrônimo investiga o pagamento de propina pela Odebrecht para conseguir financiamento do BNDES para construir obras como o Porto Mariel, em Cuba, e outros projetos na República Dominicana, Panamá, Angola, Gana e México.

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A partir de material apreendido em buscas anteriores realizadas na Odebrecht e também em informações da delação premiada de Benedito Oliveira, o Bené, apontado como o operador do governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT), os investigadores chegaram a contratos firmados entre a empresa DM Desenvolvimento de Negócios Internacionais LTDA.

Segundo a reportagem apurou, a empresa de fachada e com apenas dois funcionários movimentou R$ 7,6 milhões somente em contratos de prestação de serviços para a Odebrecht.

O contrato foi assinado por Álvaro Luiz Vereda, sócio da DM, e João Carlos Mariz Nogueira, que chegou a ocupar o posto de diretor de crédito a exportação da Odebrecht. O executivo é apontado como o homem da empreiteira responsável por conseguir financiamento do BNDES.

Nogueira já apareceu na investigação como personagem que articulava, junto com Bené, pagamento de propina para Pimentel em contraposição a benefícios recebidos do BNDES para investimentos no exterior quando o petista era ministro do Desenvolvimento.

Álvaro Luiz atuou em funções importante no BNDES e na Secretaria de Assuntos Internacionais, órgãos responsáveis por autorizar liberação de crédito do banco estatal. Ele trabalhou por mais de cinco anos como assessor do Ministério da Fazenda até 2010, quando fez parte o quadro societário da empresa DM.

Um mês depois da DM ter sido criada, ela firmou um contrato milionário com a Odebrecht.

A Acrônimo suspeita que houve pagamento de propina ao ministério da Fazenda por meio da DM e, em contrapartida, a Odebrecht teria sido beneficiada com o financiamento de R$ 3 milhões de dólares do BNDES. O dinheiro foi investido em obras no exterior.

Nogueira foi alvo de condução coercitiva no Rio de Janeiro. A Odebrecht afirmou que não vai se manifestar. Com informações da Folhapress.

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