'Não mexam na lei', pede Maria da Penha em fórum de segurança pública

Segundo ela, apenas parte dos municípios conseguiram colocar em funcionamento serviços de assistência a vítimas de violência

© Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Brasil Direitos 23/09/16 POR Estadao Conteudo

Em meio a projetos que tramitam no Congresso Nacional propondo alterações na lei que combate a violência doméstica, a mulher símbolo da legislação pede que não ocorram mudanças no texto. Maria da Penha acredita que mecanismos de assistência previstos na legislação ainda precisam ser implementados efetivamente na maioria das cidades brasileiras.

PUB

Segundo ela, apenas parte dos municípios conseguiram colocar em funcionamento serviços de assistência a vítimas de violência e, assim, não conseguem notar a eficácia da lei.

Durante o 10.º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, onde foi palestrante, Maria da Penha demonstrou receio em eventuais contestações jurídicas que as mudanças podem causar. "A gente tem conhecimento de que estão tentando mexer, até para dar poder ao policial para decidir pela medida protetiva, o que pode ser alvo de contestação pela sua constitucionalidade", disse. "Não é do nosso interesse que se altere a lei, que não funciona corretamente por falta de compromisso de gestores públicos. Vamos primeiro criar as condições."

O projeto 7/2016, de autoria do deputado Sérgio Vidigal (PDT-ES), prevê que a prerrogativa de concessão de medidas protetivas hoje reservada a juízes seja ampliada também a delegados. O PL ainda está sob análise da Câmara.

A lei contra a violência doméstica completou dez anos de vigência em agosto, após ter sido elaborada e discutida com a participação de movimentos sociais em 2006. Na Câmara e no Senado, estão atualmente em discussão ao menos 89 projetos de lei que visam a principalmente endurecer penas a homens autores de agressão. Movimentos demonstraram preocupação diante da possibilidade de mudança, sem que haja um debate amplo em torno do tema.

Os serviços de abrigo e assistência estão presentes prioritariamente nas capitais e grandes cidades, aponta Maria da Penha, que cobra ação política sobre o assunto. "Precisa fazer com que os prefeitos se comprometam a criar as condições para as mulheres dos seus municípios ter onde denunciar, se orientar e ser abrigar", disse.

Em palestra a pesquisadores da área da segurança, policiais e especialistas, a mulher, cujo histórico de agressão sofrida levou o País a ser cobrado por organismos internacionais para implementação de medidas contra a violência, reforçou que "é necessário não permitir que segmentos do Legislativo possa ameaçar a estabilidade da lei". "Isso acaba colocando em segundo plano o que deveria ser o principal foco: a devida implementação da lei." Com informações do Estadão Conteúdo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama CANTOR-BENÍCIO 08/01/25

Sertanejo é agredido em show, leva 30 pontos e fica com o rosto desfigurado

mundo EUROPA-DEFESA Há 20 Horas

Europa diz que defenderá fronteiras após Trump ameaçar Groenlândia

politica Justiça Há 17 Horas

Moraes reage à piada de Lula com apelido 'Xandão'

mundo Reino Unido Há 18 Horas

Mulher morre em banheiro de restaurante e só é encontrada dias depois

tech Meta Há 23 Horas

Dono do Facebook se rende a Trump e acaba com controle a fake news

fama Liam Payne Há 18 Horas

Morte de Liam Payne é confirmada por “múltiplos traumas”; entenda

fama JOSÉ LUIZ-DATENA Há 21 Horas

'Não entra nessa gelada, eu me ferrei', diz Datena sobre Gusttavo Lima na política

fama HENRI-CASTELLI Há 22 Horas

Henri Castelli abre agência de imigração brasileira nos Estados Unidos

fama Reality Show Há 17 Horas

'Me achava a loira burra. Bial mudou isso em mim', diz Grazi Massafera sobre fama após BBB

politica Redes Sociais Há 14 Horas

Erika Hilton pede que ONU investigue Meta e Zuckerberg por 'ameaça' à população LGBT