© Reuters / Enrique Castro-Mendivil
Dilma Rousseff se reuniu com Marcelo Odebrech e tratou de navios-sondas para o pré-sal, embora o encontro não conste na agenda do Palácio do Planalto. A reunião, relatada pelo empreiteiro a seus executivos por meio de uma mensagem de correio eletrônico, também contou com a presença do então ministro da Casa Civil Antônio Palocci, preso na 35ª fase da Operação Lava-Jato.
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Segundo matéria do Correio Braziliense, a conversa foi sobre a concorrência para contratação de 21 sondas de perfuração do petróleo na camada do pré-sal.
De acordo com a Polícia Federal, o ex-ministro ajudava a Odebrecht em negócios de seu interesse, como as embarcações para exploração a serviço da Petrobras, e obtinha propinas para ele e para o PT. De 2008 a 2013, foram R$ 128 milhões pagos, de acordo com a investigação.
As informações constam no pedido de prisão de Palocci, embora o delegado Filipe Hile Pace não indique uma conduta criminosa de Dilma Rousseff na reunião, ocorrida em 12 de maio de 2011.
Três meses depois, no entanto, a Odebrecht Óleo e Gás (OOG) fechou contrato com a Petrobras e a Sete Brasil, empresa criada para administrar a construção dos navios.
No email, Marcelo Odebrecht ainda conta que Dilma reclamou do preço cobrado pela empresa e demonstrou a intenção de chamar empresas chinesas para a concorrência. “Ela trouxe o tema sondas/estaleiro (queixou-se do nosso preço não competitivo das 7 sondas e falou da proposta da PB de nova licitação). Ela disse que, com esta nova licitação, a PB queria introduzir novos entrantes (chineses, etc), pois queria quebrar a ‘rigidez dos custos locais’”, diz um trecho da correspondência.