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O fogo já destruiu este ano 2.190 hectares de matas em vinte unidades de conservação protegidas por lei no interior do Estado de São Paulo. A superfície queimada equivale a 2,5 mil campos de futebol. De acordo com levantamento da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, apenas na Estação Ecológica de Mogi Guaçu, no município do mesmo nome, foram consumidos 754 hectares. A segunda unidade mais atingida, o Parque Estadual de Juquery, em Franco da Rocha, perdeu 265 hectares para o fogo.
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A repetição dos incêndios agravou os danos à floresta e acarretou perdas significativas à fauna e à flora dessas unidades, que podem levar décadas para serem recuperadas, segundo a Secretaria. Somente na Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade, em Rio Claro, foram registrados 12 incêndios, um a mais que as queimadas notificadas no Parque Estadual de Itapetinga, em Atibaia. Um dos incêndios, que não teve a extensão calculada, atingiu o Parque Estadual Carlos Botelho, que abriga a maior população brasileira de monos-carvoeiros, além de exemplares da onça-pintada, espécies fortemente ameaçadas na natureza.
No rastro do fogo, foram encontrados animais mortos ou feridos, como tamanduá-bandeira, bugio e onça-parda. No geral, contadas as matas não incluídas em unidades de conservação, as queimadas cresceram 70% de janeiro a setembro deste ano, segundo o levantamento da Secretaria. Até o último dia 20, foram registrados 2.892 queimadas, contra 1.704 no mesmo período de 2015. Entre as causas das queimadas estão a soltura de balões, a queima da palha de cana-de-açúcar para colheita e o uso do fogo para limpar terrenos, além de cigarros acesos lançados à margem de rodovias.
O inverno seco, com temperaturas acima da esperada, contribuiu para a disseminação das queimadas. Na tarde desta quinta-feira, 29, duas regiões do interior de São Paulo estavam em estado de alerta, caracterizado pelo índice de umidade do ar entre 12% e 20%. Em Campinas, o índice era de 15% e em Ribeirão Preto, de 14%.